A Polícia Civil não descarta a participação de outras pessoas no grupo suspeito de produzir propagandas nazistas em Santa Catarina. Na quinta-feira (20), quatro jovens foram presos em três cidades do Estado por participação no esquema. Com eles, a polícia encontrou símbolos ligados ao regime totalitário, além de armas, munições e uma impressora 3D.

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De acordo com o delegado Arthur Lopes, que investiga o caso, a polícia aguarda o resultado da perícia dos materiais apreendidos com os suspeitos na última semana. Ele inclusive, alega que nenhuma hipótese está descartada até o momento. 

Lopes afirma, ainda, que todos os quatro envolvidos permanecem presos. 

A investigação começou em abril após a prisão de um homem de 20 anos por tráfico de drogas. Com ele foram encontradas bandeiras ligadas ao nazismo e, em um computador, vídeos que mostram ações do grupo alvo da operação.

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Em um deles, os membros investigados aparecem quebrando uma televisão. No centro da tela está colada uma caricatura usada para depreciar judeus.

— Nesses encontros eles se diziam a nova SS de Santa Catarina. Eles realmente idolatravam esse grupo da época do nazismo — conta o delegado. 

A sigla é uma abreviação de Schutzstaffel, esquadrão mais leal a Adolph Hitler e um dos pilares do nazismo. Conforme Lopes, eles realizam encontros periódicos em um sítio, que não teve a localização divulgada. O primeiro registro de encontro é de 2020. No ano, o grupo teria se reunido duas vezes. Juntos, os homens produziam conteúdo de propaganda nazista, que reproduzia discursos de ódio contra judeus, negros e pobres.

As prisões ocorreram em Florianópolis, Joinville e São José. Entre os presos estão estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). As idades dos jovens variam de 20 a 29 anos.

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Em nota, a universidade disse que vai solicitar informações à Polícia Civil sobre os estudantes presos e, a partir disso, tomar “as medidas disciplinares cabíveis” Conforme revelou o colunista do NSC Total Renato Igor, o regulamento da UFSC prevê, como punição máxima, a expulsão dos alunos.

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