A segunda quinzena de novembro traz, para muitos assalariados, a primeira parcela do 13º salário. Além de uma injeção de ânimo nas finanças pessoais, com o alívio ou até o fim de dívidas, esse dinheiro extra pode ser bem investido, aproveitando o momento de juros elevados da economia.
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Uma das principais opções para multiplicar os recursos, no momento, é o investimento em títulos públicos no Tesouro Direto. Segundo o professor de finanças da Fundação Instituto de Administração (FIA) Rafael Paschoarelli, é a aplicação mais segura, e o rendimento pode chegar a 15%, caso se permaneça com o título até o vencimento.
– Quem gosta de dinheiro deve conhecer esse tipo de aplicação. Não é tão cômoda (é preciso se cadastrar previamente para adquirir os títulos) como um fundo de renda fixa ou a poupança, mas rende bem mais – afirma o economista.
Separe uma parcela para os impostos do novo ano
Quem se habituou, em anos anteriores, a aplicar automaticamente em fundos, deve tomar cuidado com as taxas de administração. Se forem superiores a 1%, no final das contas o que se ganha pode ser menos do que com a poupança, já que sobre o rendimento da caderneta não incide o Imposto de Renda. O especialista em finanças da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) Sérgio Soldera conta que outra forma de investimento é olhar para os gastos de início de ano. Alguns impostos podem ser antecipados com descontos que superam qualquer aplicação.
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– Se a prefeitura dá um desconto de 20% no IPTU, por exemplo, é melhor quitá-lo do que tentar ganhar essa diferença em um investimento. Contando com os impostos sobre ele, o rendimento da aplicação teria de ser de 25% – exemplifica.
Finalmente, outro jeito de poupar é comprar bem. O primeiro passo é usar o 13º salário para “arrumar a casa”, diz o consultor Luciano Biehl, fazendo um levantamento das dívidas – carnês, cheque especial, cartão de crédito – e dos juros que se paga em cada uma. Se possível, quitá-las. Se não, amortizá-las – ou seja, pagar aquelas com juros maiores e manter as com taxas menos pesadas.
É bom lembrar: se o salário é extra, as despesas de fim de ano, também. Então, é bom se preparar para não entrar no rotativo do cartão ou estourar o limite do cheque – ambos, os vilões das planilhas de planejamento financeiro.
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