A informação da compra do Twitter pelo bilionário sul-africano Elon Musk, homem mais rico do mundo, causou reações entre especialistas e usuários da plataforma e levantou especulações sobre o que pode acontecer na rede social com a “era Musk”. 

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O g1 consultou analistas que afirmam que Elon Musk pode enfrentar desafios para implementar medidas sinalizadas nos últimos anos, como atenuar a moderação de conteúdo; fazer alterações na verificação de perfis e abrir o algoritmo da plataforma.

Por outro lado, os especialistas acreditam que a rede social também pode crescer e se tornar mais rentável comparado às concorrentes, além da possibilidade da ampliação de novos negócios envolvendo o Twitter. 

Saiba o que esperar do Twitter sob o comando de Musk 

1) Polêmica sobre moderação de conteúdo

Esse é um dos temas mais polêmicos envolvendo as redes sociais. Existem pessoas que defendem que a tarefa de dizer quais posts ou contas ficam e quais são bloqueados ou banidos cabe às plataformas — já que são empresas privadas. 

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Outros entendem que é preciso haver atuação da Justiça ou de autoridades governamentais junto dessas companhias.

E tem os que acreditam que derrubar posts ou perfis colocaria em risco a liberdade de expressão. Musk parece estar mais perto dessa última turma. “Na dúvida, deixe o discurso, deixe que exista”, disse em recente entrevista para o canal de palestras TED.

> Comprado por Elon Musk, Twitter tem 16 anos e cerca de 217 milhões de usuários

Mas o empresário não deu exemplos do que deveria ser mantido ou proibido, na sua opinião, dentro das regras atuais da rede social, de acordo com o g1.

No comunicado da compra, ele ressaltou que “a liberdade de expressão é a base de uma democracia em funcionamento'” e que o Twitter é “a praça da cidade digital onde assuntos vitais para o futuro da humanidade são debatidos”.

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2) Mudança na verificação de perfis

Outra mudança que pode ocorrer é uma mudança no funcionamento do selo de verificação. 

– No novo conceito, esse selo seria usado para diferenciar perfis reais – pertencentes a uma pessoa – de robôs que propagam mensagens automáticas, discursos de ódio, fake news, etc – explica o professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS), Carlos Affonso de Souza. 

Para isso, as pessoas teriam que abrir mão dos seus pseudônimos e usar os nomes reais nas contas.

> TSE espera que compra do Twitter por Elon Musk não afete acordos contra fake news na eleição

3) Abrir algoritmo seria ‘revolucionário’

Elon Musk também tem falado sobre a vontade de deixar o algoritmo da plataforma em modo público. 

A medida seria uma forma resposta às críticas das pessoas que se preocupam com a confiabilidade do Twitter, diz o professor de Direito e Regulação da Informação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Nicolo Zingales.

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Ainda não está claro como isso aconteceria, já que os algoritmos, que determinam o que os usuários veem no feed, são ferramentas fundamentais no negócio das redes sociais e guardados como um segredo industrial.

Mas, os especialistas ressaltam que mudanças como essas tendem a acontecer de forma lenta e gradual.

4) Desafios de crescimento

Mesmo tendo dito que não queria comprar o Twitter para fazer dinheiro, o impacto da “era Musk” provavelmente irá além das políticas de uso da plataforma, segundo os especialistas consultados. 

Pelo dado mais recente, divulgado em 2017, a rede tem 217 milhões de usuários diários e monetizáveis, ou seja, contas que estão aptas a visualizarem anúncios ou produtos pagos da empresa, como assinaturas. Bem aquém dos cerca de 2 bilhões do Facebook, por exemplo.

Isso também se reflete no faturamento. Em 2021, o Twitter teve US$ 5 bilhões de receita, enquanto o Facebook superou os US$ 100 bilhões, destaca Pedro Waengertner, professor de negócios digitais na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e fundador da aceleradora e investidora de startups ACE. 

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