As histórias em quadrinhos marcaram a infância de muita gente. Quem não se lembra da menina dentuça desenhada por Maurício de Sousa e do menino com uma panela na cabeça criado por Ziraldo?
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Mesmo não sendo tão conhecidos como os quadrinistas responsáveis por “A Turma da Mônica” e o “Menino Maluquinho”, alguns joinvilenses também criam histórias que se passam em quadradinhos e personagens que se comunicam por meio de balões.
O Príncipe dos Palmitos, também conhecido como Tatuí, é um dos personagens legitimamente joinvilenses. Criado pelo quadrinista, artista plástico e contador de histórias Humberto Soares, o personagem distribui picolés feitos de flores e felicidade de tatuís (pequenos seres parecidos com sacis que protegem os palmitos).
O autor da história considera que Joinville possui um bom número de quadrinistas de qualidade e cita os colegas Chicolam (“O Menino Caranguejo”), Geraldo Poerner (“Os Monstrinhos do Rio Cachoeira”) e Peter Roger como bons exemplos. Apesar disso, faz questão de salientar que há outros tão bons, mas que não têm tanto espaço na grande mídia. No entanto, o desenhista aponta um dos problemas do setor na cidade.
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– Não existe um espaço comercial. Falta um mercado pulsante. É um trabalho manual. Quando me apresento em algum lugar, levo eu mesmo os livros para vender-, defende.
No último ano, ele e o produtor Alex Nascimento participaram de feiras do livro em diversas cidades catarinenses e, na de Joinville, comercializaram cerca de 500 exemplares do livro “Tatuí, o Príncipe dos Palmitos”.
Para fortalecer o trabalho dos quadrinistas joinvilenses, Humberto e alguns colegas de profissão montaram um encontro na Livraria O Sebo para abrir discussões sobre os quadrinhos em Joinville, pensar coisas novas e, é claro, desenhar. A ideia parece ter dado certo e a previsão é de realizar encontros mensais para, no final do ano, fazer uma publicação com alguns quadrinhos.
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Curso
Apesar de estar na produção de uma nova história em quadrinhos voltada para o público adulto, Humberto optou por trabalhar desde o início da carreira com histórias infantis.
– As crianças têm primeiro a leitura visual, que incentiva a leitura do texto. Então, acho que os quadrinhos são fundamentais na educação-, explica.
Essa é uma das motivações para Humberto realizar, a partir do próximo mês, um curso de história em quadrinhos para crianças a partir de sete anos, adultos com o interesse em desenho e até pessoas sem prática.
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A ideia é incentivar a criatividade e trabalhar com técnicas para produzir os desenhos. Serão aulas semanais, às sextas-feiras, com duração de duas horas e meia, sobre enquadramento, ângulos de visão, close, zoom, além de dicas sobre onomatopeias e metáforas.
Em cada matéria do curso, os alunos irão produzir uma página de quadrinhos, inclusive, trabalhando com a criação de personagens.
– O objetivo principal é ensinar a contar histórias com desenho-, explica.
Para isso, também serão usadas técnicas que trabalham com o lado direito do cérebro, a parte criativa.
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Os interessados em participar podem se inscrever pelo www.pequeninus.com. A matrícula custa R$ 80 e as mensalidades têm o mesmo valor. O curso começa em 8 de março, tem duração de três meses e conta com opções de horários de aula às 9 horas ou às 14h30, ambas na Livraria O Sebo.
Saiba mais
O surgimento das histórias em quadrinhos remete a pré-história, quando os homens da caverna desenhavam nas paredes os acontecimentos da época. No entanto, o marco inaugural das HQ’s é a “The Yellow Kid”, história que surgiu no final do século 19. Criada em 1896 por Richard Fenton Outcalt, ela foi também a primeira a introduzir o balão como um novo elemento na história em quadrinho.
No último dia 30 de janeiro, foi comemorado no Brasil o Dia Nacional da História em Quadrinho. No País, um dos precursores foi Angelo Agostini, criador do personagem Zé Caipora e também responsável pela tradição de inserir quadrinhos nos jornais.
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