Uma quadrilha suspeita de participar da onda de atentados que assusta Santa Catarina desde o fim de setembro foi presa na manhã desta terça-feira em Lages. O grupo, composto por 10 pessoas, seria responsável por pelo menos quatro dos sete ataques registrados na cidade, diz a delegada Raquel de Souza Freire, da Divisão de Investigação Criminal (DIC) da Polícia Civil.

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Com o bando foi apreendido ainda um carro onde havia um galão com forte cheiro de combustível e pedaços de pano que levam os policiais a crer que se tratava de material para a confecção de coquetéis molotov.

O monitoramento dos indivíduos vem desde o início dos novos atentados no Estado. A Serra permaneceu imune até a véspera do primeiro turno das eleições, quando ônibus e bases policiais foram alvos de tiros e incêndios.

A delegada da DIC diz ter fortes indícios de que o grupo ateou fogo a um ônibus no bairro Santa Catarina, outro na Vila Esperança e praticou dois ataques à base da Polícia Militar no Araucária.

Os dez tiros disparados contra um complexo de segurança que abrange uma delegacia da Polícia Civil, uma base da PM e uma do Corpo de Bombeiros na Área Industrial ainda têm autoria desconhecida, mas os policiais continuam a investigação e não descartam que a quadrilha presa nesta segunda-feira seja a responsável também por este episódio.

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Delegacia foi alvo de tiros na véspera da eleição. Foto: Pablo Gomes

Após a identificação dos 10 suspeitos, entre os quais, uma mulher e um adolescente, 30 policiais civis e militares deflagraram na manhã desta terça a Operação Contraataque a fim de cumprir os mandados de prisão e de busca e apreensão.

Os trabalhos foram realizados simultaneamente nos bairros Centenário, Morro Grande e Santa Catarina, em um ponto conhecido como Vila Preá. Com exceção de um indivíduo que já estava no Presídio Masculino por tráfico de drogas, todos os demais foram capturados em suas casas.

A ordem para os ataques, segundo a delegada Raquel, partia desta pessoa de dentro da cadeia. A DIC ainda não conseguiu confirmar, porém, se a quadrilha está diretamente ligada à facção Primeiro Grupo Catarinense (PGC).

– Existem muitos oportunistas que dificultam as investigações. Mas não importa se é PGC ou qualquer outra sigla. Eles são uma organização criminosa, e é assim que serão tratados.

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Na operação, além das 10 pessoas presas e do automóvel com vestígios de coquetel, foram apreendidas 1,2 mil carteiras de cigarro contrabandeados e droga. Todos os suspeitos já estão atrás das grades e serão indiciados por organização criminosa, tráfico de drogas, associação para o tráfico, corrupção de menores e porte de material explosivo.