Ao menos seis ataques em Santa Catarina e Rio Grande do Sul podem ter sido cometidos desde 2016 pela quadrilha que trocou intenso tiroteio com a Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) em São João Batista, na madrugada de sábado. Na ação, em frente ao Banco do Brasil, três bandidos foram surpreendidos pela polícia e morreram no confronto. Dois policiais civis ficaram feridos, entre eles o delegado Anselmo Cruz.

Continua depois da publicidade

Os detalhes das investigações e da ação dos criminosos serão divulgados pela Deic na manhã desta terça-feira, em Florianópolis. A reportagem apurou que a base do bando seria principalmente o Rio Grande do Sul, mas contaria com conexões e comparsas em Santa Catarina.

Os policiais da Divisão de Roubos e Antissequestro (DRAS) da Deic catarinense suspeitam que o recente assalto à Caixa Econômica Federal de Papanduva, no Norte, na semana passada, dois dias antes do crime em São João Batista, também tenha sido cometido pelos mesmos assaltantes. Os ladrões fuzilaram o quartel da Polícia Militar enquanto agiam ao mesmo tempo na agência bancária, em Papanduva.

As pistas apuradas pela polícia indicam mais dois assaltos grandes em São João Batista em 2016, um contra o Supermercado Koch e outro contra a Caixa Econômica Federal. No Rio Grande do Sul, os mesmos assaltantes são investigados por roubos a bancos em Parobé e Nova Hartz.

A quadrilha tinha como marca utilizar diversos homens e dar tiros contra postos policiais com fuzis e metralhadoras. A preferência era por agências da Caixa Econômica Federal. Na fuga, os bandidos costumavam queimar carros para não deixar pistas ou provas.

Continua depois da publicidade

(Foto: Divulgação / Polícia Civil)

O delegado da Deic, Anselmo Cruz, ferido com estilhaço de tiro no pescoço, ainda está hospitalizado. Anselmo tem estado de saúde estável. Além dos três assaltantes mortos, um quarto foi baleado e outras duas pessoas foram presas. Os nomes dos envolvidos ainda não foram divulgados e não há informação sobre o paradeiro dos fugitivos. Um carro com explosivos foi encontrado no sábado, em Sombrio, Sul do Estado.

Ataques suspeitos:

11 de fevereiro de 2017 – São João Batista (SC)

Por volta das 4h, oito assaltantes entraram no Banco do Brasil. Eles foram surpreendidos por policiais da Deic que estavam de campana posicionados escondidos na frente da agência. Houve tiroteio, três bandidos foram mortos e dois policiais ficaram feridos.

9 de fevereiro de 2017 – Papanduva (SC)

De madrugada, às 2h15min, bandidos explodiram o cofre da Caixa Econômica Federal e atiraram de fuzis contra o posto da PM. Estavam em uma caminhonete Hilux. Houve cerco na região e confronto com policiais militares, mas os ladrões fugiram. O automóvel e uma Mercedes Benz foram encontrados abandonados. A PM recuperou R$ 399 mil deixados no local.

22 de janeiro de 2017 – Nova Hartz, Rio Grande do Sul

Ao menos seis assaltantes com armamento pesado explodiram a agência da Caixa Econômica Federal às 4h. Atiraram contra a Brigada Militar. Na fuga, abandonaram uma Pajero e um Corolla.

Continua depois da publicidade

17 janeiro de 2017 – Parobé, Rio Grande do Sul

Também de madrugada, oito assaltantes explodiram agência do Banco do Brasil e atiraram contra a do Banrisul. O bando portava armas de grosso calibre e atacou a tiros o posto da Brigada Militar para impedir reação.

22 de agosto de 2016 – São João Batista (SC)

Criminosos invadiram de madrugada o supermercado Koch, próximo a SC-410, onde tentaram arrombar o cofre após roubar uma joalheria e uma loja de celulares. A quadrilha bloqueou uma ponte com cabos de aço para impedir a passagem de reforço policial.

19 de julho de 2016 – São João Batista (SC)

Ladrões explodiram o cofre da agência da Caixa Econômica Federal. Eram seis criminosos com três fuzis e atiraram contra a base da PM.

(Foto: Cristian Delosantos / CBN Diário)