Os 16 pedidos de prisão preventiva feitos na semana passada contra envolvidos no assalto ao Banco do Brasil em Criciúma, na noite do dia 30 de novembro do ano passado, representam apenas uma parte da investigação atual sobre o roubo que é considerado o maior da história da Santa Catarina. Com o inquérito principal sobre a noite de terror no Sul do Estado mantido sob sigilo, a Polícia Civil espera ainda o indiciamento de vários outros criminosos. A quadrilha pode ficar presa por até 18 anos.
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Por enquanto, o único inquérito encaminhado ao Ministério Público envolve apenas a ligação de organizações criminosas com o assalto. Com mais de mil páginas, foi esse documento da Delegacia de Roubos e Antissequestro da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC) que embasou os 16 pedidos de prisão preventiva. Treze já foram cumpridos e três pessoas ainda estão foragidas.
Conforme o pedido feito à Justiça, todos são acusados do crime de organização criminosa com emprego de arma de fogo, com pena prevista de até oito anos de prisão com possibilidade de acréscimo pela metade por causa do uso do armamento.
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Além disso, quatro dos acusados devem responder, segundo o documento, também pelo crime de uso de documento falso, com pena de até seis anos de prisão. Somando as previsões máximas, os acusados podem cumprir 18 anos na cadeia.
Responsável pela investigação na DEIC, o delegado Anselmo Cruz aponta que entre os presos há pessoas que estão em Santa Catarina e também em outros estados. A lista dos 16 é a primeira com base na investigação em andamento na Polícia Civil catarinense.
Enquanto isso, ainda está em andamento a investigação da ação criminosa durante a madrugada, que apura os responsáveis pelos crimes de roubo e tentativa de latrocínio. Esse inquérito ainda não tem data para ser concluído.
– A investigação sobre o roubo continua e está avançando, tramitando em sigilo. É uma investigação da mais alta complexidade – aponta Cruz.
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O Ministério Público montou uma força-tarefa para acompanhar a investigação policial e tem atuado na Justiça para dar os encaminhamentos necessários. Conforme o MP, até o momento todos os pedidos de prisões, buscas e apreensões foram atendidos pela Justiça, facilitando o avanço da investigação.
Ao mesmo tempo em que caminham as investigações em SC, sobre o assalto e também sobre a participação de facções criminosas, em outros estados do país são feitas investigações pontuais, com base em prisões de suspeitos encontrados com explosivos ou outros itens supostamente utilizados em Criciúma.
É o caso, por exemplo, da prisão de Davi Marques dos Santos em São Paulo. Considerado um dos criminosos mais procurados do Brasil, ele foi detido por vários crimes, entre eles o assalto ao aeroporto de Blumenau em 2019. Para a Diretoria Estadual de Investigações Criminais de São Paulo, ele também poderia estar ligado ao roubo em Criciúma.
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Relembre o caso
Com ação de pelo menos 30 criminosos, dez automóveis e armamento de calibre exclusivo das Forças Armadas, o assalto ao Banco do Brasil em Criciúma, na noite do dia 30 de novembro do ano passado, é considerado o maior do tipo na história do estado.
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Os criminosos atacaram o 9º Batalhão da Polícia Militar com tiros nas janelas, bloqueio na saída com um caminhão em chamas e explosão acionada por celular. “Uma ação sem precedentes”, disse o tenente-coronel Cristian Dimitri Andrade, comandante do batalhão. A ação durou cerca de duas horas
Pelas principais ruas da região central de Criciúma, a quadrilha provocou incêndios, bloqueou ruas e acessos à cidade e usou pessoas como escudos – a polícia estima que entre 10 e 15 pessoas foram feitas reféns, seis delas funcionários do Departamento de Trânsito e Transporte (DTT) de Criciúma que pintavam faixas nas ruas da cidade.
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Um policial militar ficou ferido na ação. Jeferson Luiz Esmeraldino foi atingido por um tiro de fuzil, durante confronto com comboio de assaltantes. Depois de passar mais de 60 dias hospitalizado, ele teve alta precisou passar por tratamento para recuperar a fala e os movimentos.