Uma quadrilha que fraudava cartões de ônibus e atuava com saldo ilimitado em Joinville teve nove integrantes presos por estelionato e associação criminosa na tarde de terça-feira (14). De acordo com a Polícia Civil, o grupo atuava por pelo menos dois anos na cidade e comercializava cerca de 3 mil passagens por dia.

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Segundo o delegado Neto Gattaz, os criminosos clonaram os cartões “Ideal”, que são fornecidos por empresas e têm recarga mensal, para aplicar os golpes. A polícia chegou ao caso em fevereiro, após as empresas de transporte coletivo da cidade fazerem uma auditoria e perceber inconstância nos dados.

A forma como esses suspeitos conseguiam clonar esses cartões, no entanto, ainda é um mistério.

— Não se sabe ainda exatamente como eles conseguiam fazer as clonagens, já que esses os cartões são criptografados. Provavelmente, conseguiram quebrar esta criptografia e replicar os cartões em várias unidades. Com a análise da perícia, conseguiremos saber qual é o caminho da fraude utilizada — explica o delegado.

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Ainda conforme o investigador, além de quebrar a criptografia e fazer as clonagens, os criminosos conseguiram criar uma uma falha no sistema em que o cartão contava com saldo ilimitado e, por essa razão, conseguiam comercializar as passagens que, na verdade, não eram vendidas, porque o dinheiro não entrava no caixa das empresas de ônibus.

Durante a operação, dois foram presos de forma temporária e outros sete em flagrante. O delegado diz que esses suspeitos atuavam em todos os terminais da cidade e ficavam em frente às catracas para abordar os passageiros na momento em que entrariam no terminal.

Além das prisões, de acordo com Neto Gattaz, “milhares” de cartões clonados foram apreendidos, assim como cheques, celulares e maquininhas de cartão de crédito. A Polícia Militar também participou da ação e no Terminal Sul, mais conhecido como Terminal do Vera Cruz, um homem de 48 anos foi detido. Com ele, os policiais encontraram 15 cartões Ideal e nove da Passebus, além de R$ 727 em espécie.

O delegado ainda reforma que, embora não seja crime vender passagens de ônibus fora dos guichês do terminal, existe lei municipal que impede essa prática e o ato pode ser considerado um ilícito administrativo. Agora, as investigações continuam a fim de desvendar a forma com que os criminosos agiam.

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A reportagem do AN tentou contato com a assessoria de comunicação da Gidion e Transtusa para saber qual foi o prejuízo das empresas durante a atuação da quadrilha, mas não obteve retorno até o fechamento deste texto.

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