Um esquema milionário envolvendo pensões por morte foi descoberto em Santa Catarina, com apreensões cumpridas pela Polícia Federal no Vale do Itajaí nesta quinta-feira (11). Os criminosos se passavam por dependentes de mortos para sacar os benefícios mensalmente. O prejuízo ao sistema previdenciário é de mais de R$ 630 mil, podendo chegar a R$ 10 milhões.
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A investigação começou em abril, quando uma mulher sacou de uma só vez R$ 19 mil em uma agência bancária de Florianópolis. O dinheiro era referente à pensão por morte de um cidadão que sequer deixou dependentes. Ela usou documentos falsos para comprovar a ligação com o falecido.
A partir daquele momento, a Polícia Federal identificou que não era um caso isolado. O grupo, enraizado em Santa Catarina, mas com atuação em diversos outros estados do país, era especialista em estelionato previdenciário. Com documentos falsos, eles alegavam que eram dependentes dos mortos.
Os 16 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta quinta em Balneário Camboriú, Camboriú, Penha e Ponte Alta do Norte, em Santa Catarina, em Ibaiti, no Paraná, e em três cidades de Pernambuco. A suspeita é que funcionários públicos também façam parte da quadrilha.
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Para cometer os crimes, a organização levantava o nome dos segurados que morreram e que não deixavam dependentes. Com o mapeamento em mão, recrutava pessoas e forjava documentos para simular que esses desconhecidos eram parentes dos mortos, fazendo o pedido do benefício e dividindo o valor entre os comparsas.
A Polícia Federal não divulgou quantos estariam envolvidos no esquema, mas somente com os casos já identificados, calcula-se que o prejuízo aos cofres públicos seja superior a R$ 635 mil, mas que poderia chegar a mais de R$ 10 milhões com o passar dos anos.
A operação desta quinta-feira foi batizada de Segue o Baile, pois os chefes dos criminosos já foram presos em outras ações, mas isso não os impediu que voltassem ao mundo do crime. Um deles, inclusive, está em um presídio no Nordeste.
As investigações continuam. Por enquanto, já houve a identificação do crime de estelionato previdenciário por organização criminosa, cuja pena pode passar dos 13 anos de prisão, além de falsidade documental, peculato e corrupção passiva, no caso dos funcionários públicos.
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“Segue o Baile” resultou de uma força-tarefa da Polícia Federal e Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária e Trabalhista no Estado.
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