O grupo envolvido no assalto a uma joalheira em Criciúma, no Sul de Santa Catarina, teve a denúncia aceita pela Justiça. Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), quatro dos cinco alvos de envolvimento indireto ou direto viraram réus nesta semana pelos crimes de organização criminosa, receptação (duas vezes), adulteração de sinal identificador de veículo e roubo com uso de arma de fogo.

Continua depois da publicidade

Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp

O caso ocorreu em janeiro deste ano em um shopping da cidade. Conforme a investigação, os acusados teriam integrado entre os anos de 2022 e 2023 uma organização criminosa formada por mais de quatro pessoas, organizada e estruturada com a divisão de tarefas. O objetivo era obter vantagens ilícitas com a práticas de crimes, principalmente roubos.

Um dos réus teria atuado como mentor do crime. Ele, que foi preso em flagrante, também participou diretamente da ação com outras três pessoas. Para isso, adquiriu um carro, que também foi objeto de furto/roubo, e adulterou a placa, segundo apontou a perícia.

Queda nos latrocínios, aumento de homicídios e letalidade policial: os dados da violência em SC

Continua depois da publicidade

O grupo também adquiriu uma pistola, que teria sido furtada de uma vítima entre 8 e 11 de outubro do ano passado.

Em 4 de janeiro quatro dos acusados, segundo a denúncia, foram até a joalheira para praticar o roubo. Dois ficaram esperando dentro do carro para auxiliar na fuga, enquanto os outros dois entraram dentro do estabelecimento e, com o uso da pistola, renderam duas vítimas.

De acordo com o MP, um deles teria ordenado uma das funcionárias para que lhe mostrasse as joias, utilizando a violência e pegando ela pelo braço. Enquanto colocava os objetos do mostruário em uma bolsa, o comparsa foi até o cofre e ordenou que outra mulher o abrisse e entregasse o conteúdo. Os dois teriam, inclusive, ameaçado as vítimas de morte. Após o crime, a dupla fugiu do local.

Em agosto, dois dos acusados foram presos no Rio Grande do Sul durante uma operação da Polícia Civil de Criciúma. Outros dois seguem foragidos. Já o quinto integrante foi detido em flagrante no dia do crime.

Continua depois da publicidade

Ainda segundo a promotoria, um dos réus teve o pedido de revogação de prisão preventiva negado pela Justiça. O promotor Marcus Vinicius de Faria Ribeiro, titular da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Criciúma, destacou que todos os denunciados, inclusive o que fez a solicitação, fazem parte de uma organização criminosa que atua no Rio Grande do Sul.

Além disso, ele ressaltou que todo o contexto demonstra circunstâncias que extrapolam o usual, de modo que “a prisão preventiva é necessária para garantia da ordem”. Sobre o réu que pediu o relaxamento da prisão, o promotor alegou que as provas apontam que ele foi motorista de um dos veículos usados na prática do crime e que imagens de armas encontradas na conta dele no Google demonstram “a sua periculosidade”.

“Em tempo, destaca-se a gravidade concreta do delito imputado, que foi praticado com concurso de agentes, mediante emprego de arma de fogo, num shopping, em plena luz do dia, resultando em considerável prejuízo patrimonial à empresa vítima. Ainda, há provas de que o grupo planejou previamente a ação, em detalhes, durante meses, evidenciando a habitualidade na prática de crimes dessa espécie”, pontuou o Promotor de Justiça.

Além da condenação pelos crimes cometidos, o MP também pede a fixação de um valor mínimo para a reparação dos danos causados. A data do julgamento, no entanto, ainda não foi definida.

Continua depois da publicidade

Leia também:

Adolescente é encontrado morto com lajotas amarradas no pescoço em SC