A Coreia do Norte ameaçou, nesta quarta-feira (28), “impor a pena de morte” à ex-presidente sul-coreana Park Geun-Hye, em retaliação a um complô que teria sido orquestrado por ela para assassinar o líder Kim Jong-Un.

Continua depois da publicidade

Park teria “promovido” um suposto plano dos Serviços de Inteligência de Seul para eliminar o presidente norte-coreano, alegaram procuradores e o ministro de Segurança, em nota divulgada pela agência oficial de notícias KCNA.

“Declaramos, em casa e no exterior, que vamos impor pena de morte à traidora Park Geun Hye”, ameaçaram, segundo a agência.

O ex-diretor dos serviços sul-coreanos de inteligência (NIS), Lee Byung-Ho, sofrerá a mesma punição, acrescentou.

Continua depois da publicidade

“A partir deste momento, eles poderão enfrentar uma morte miserável, como cachorros, não importa quando, nem onde nem de que maneira”, adverte o comunicado.

Pyongyang exigiu de Seul a entrega de Park e Lee, acusando-os de “infame terrorismo de Estado contra a magistratura suprema” da Coreia do Norte.

O pedido coincidiu com a viagem do sucessor de Park, o presidente Moon Jae-In, que defende uma aproximação com o Norte, a Washington, onde se reunirá com seu homólogo americano Donald Trump.

Continua depois da publicidade

“Como temos esclarecido em várias ocasiões, as acusações do Norte não têm fundamento”, afirmaram os serviços de inteligência sul-coreanos em um comunicado.

– Complô –

Em maio passado, o ministério da Segurança norte-coreano afirmou ter descoberto um complô fomentado, segundo ele mesmo, pelos serviços secretos americanos e sul-coreanos para assassinar Kim Kong-Un com a ajuda de uma arma bioquímica.

Segundo Pyongyang, a CIA e o NIS subornaram e chantagearam um cidadão norte-coreano que identificou como Kim para realizar o ataque.

Continua depois da publicidade

Os possíveis cenários do atentado incluíam o mausoléu onde o pai e o avô de Kim Jong-Un estão enterrados e um desfile militar, afirmou o regime norte-coreano.

“Os vilões pensaram inclusive em disfarçar a operação de um acidente de carro ou de trem”, acrescentou nesta quarta-feira.

Em maio, vários analistas afirmaram que as acusações de Pyongyang poderiam ser uma tentativa de dissuadir Washington de realizar qualquer ataque contra seu líder.

Continua depois da publicidade

A ex-presidente Park foi destituída por corrupção em dezembro de 2016 pela Assembleia Nacional da Coreia do Sul, e em março perdeu sua imunidade. Foi presa e atualmente é processada por 18 acusações, entre elas de corrupção, coação e abuso de poder, pelas quais pode ser condenada a prisão perpétua.

Em fevereiro de 2017, o meio irmão do líder norte-coreano, Kim Jong-Nam, foi assassinado no aeroporto de Kuala Lumpur por duas mulheres que jogaram em seu rosto um agente neurotóxico, o VX, uma versão mais forte do gás sarin. Seul acusou imediatamente Pyongyang de estar por trás do assassinato.

* AFP