O trecho mais difícil e apertada da história da Volvo Ocean Race merecia uma chegada apoteótica em Itajaí. E foi isso que ocorreu nesta sexta-feira (6). A quinta etapa da Regata de Volta ao Mundo foi vencida pelo Puma após quase 20 dias de travessia desde Auckland (Nova Zelândia) e mais de 12 mil quilômetros velejados. Doze minutos e 39 segundos depois, no melhor estilo match race, foi a vez do Telefónica aparecer nas margens do Rio Itajaí Açu para a alegria das 25 mil pessoas que esperavam ansiosamente pelos barcos desde o início da manhã na Vila da Regata e nos moles. A bordo do veleiro espanhol, Joca Signorini fez a festa com bandeira do Brasil nos ombros.

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– Foi uma das maiores emoções da minha vida. Mesmo chegando em segundo, ouvir toda essa galera gritando meu nome é muito motivador. Me sinto feliz e esse momento é inesquecível. Me sinto em casa – , comemora Joca Signorini. O Telefónica lidera a Volvo Ocean Race com 147 pontos. O Puma está em segundo com 113.

O resultado era imprevisível até o Puma cruzar a linha de chegada no Farol do Mole depois de 19 dias, 18 horas e 9 minutos. Todos esperavam a chegada em Itajaí às 8h, mas a falta de ventos na passagem por Florianópolis atrasou em quase 10 horas o fim da aventura. Os norte-americanos comandados por Ken Read venceram uma etapa pela primeira vez nessa edição, mas a conquista foi suada. Desde a quinta-feira, os espanhóis do Telefónica tentavam ultrapassar tirando a diferença milha a milha.

– Foi duro sustentar essa vantagem pelo trabalho do Telefónica. É o caminho mais difícil da regata e chegar ao Brasil com essa recepção calorosa. Eu nunca vi isso na minha vida. Nós passamos por vários pontos complicados com ventos na cara e frio, agora é comer uma refeição quente e tomar uma cerveja -, relata o comandante Ken Read, experiente velejador de quatro edições da Volvo Ocean Race. A tripulação passará por um check up médico depois da aventura.

– Foi a perna mais difícil que corri.

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Ken Read elogia a atuação do Telefónica na regata. Os espanhóis foram obrigados a parar no Chile para fazer reparos no casco e tiraram uma diferença superior a 500 quilômetros em menos de cinco dias. Com a palavra, o líder do barco espanhol confiante depois dessa recuperação.

– Fizemos uma estratégia correta e contamos com a sorte. Vamos recuperar as forças e tentar vencer a Regata do Porto de Itajaí para presentear esse público que nos recebeu de maneira espetacular -, conta Íker Martinez.

A festa em Itajaí, que estreia como cidade-sede da Volvo Ocean Race, teve a participação do prefeito Jandir Bellini, que premiou os velejadores campeões com uma cachaça local e uma medalha do campeonato. Mais de 60 embarcações acompanharam a chegada dos barcos.