O Tribunal do Júri condenou, no início da noite desta segunda-feira (19), o publicitário Ricardo Jardim, 59, a 28 anos de prisão em regime fechado por matar a própria mãe e concretar o corpo dentro do apartamento dela, no bairro Mont’Serrat, em Porto Alegre (RS). Ricardo cumprirá a pena por homicídio duplamente qualificado — motivo torpe e meio cruel — ocultação de cadáver e posse de arma de fogo.

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A sessão iniciou às 10h desta segunda-feira e se estendeu até as 20h. O crime aconteceu em 2015. A vítima, Vilma Jardim, na época com 76 anos, havia recebido um seguro de vida do marido que faleceu em 2014. De acordo com o Ministério Público, o publicitário matou a mãe para obter o dinheiro dela.

Réu negou as acusações

Ricardo Jardim negou o crime perante o júri. Em depoimento aos jurados, o réu afirmou que a mãe, Vilma Jardim, teria desferido os golpes de faca contra o próprio corpo.

Em um primeiro contato com a Polícia Civil, Jardim havia confessado ser o autor do assassinato. Durante o processo, ele havia exercido o direito de se manter em silêncio. Durante depoimento aos jurados nesta segunda-feira, o réu mudou de postura. Em sua nova versão do caso, Jardim disse que a mãe, que parecia “possuída” após uma discussão entre ambos, veio com uma faca da cozinha e desferiu golpes contra o próprio pescoço e contra a própria cabeça.

Antes de morrer, segundo Jardim, a idosa teria feito um carinho no filho na tentativa de acalmá-lo.

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Na mesma sessão, a médica legista Liliane Borges detalhou as 13 perfurações no corpo da idosa — nas áreas do pescoço e da cabeça.

— Pelo estado do corpo, ela havia sido morta há, no mínimo, 15 dias — destacou a especialista.

O crime

O crime aconteceu entre abril e maio daquele ano e foi descoberto após outros familiares notarem o sumiço da idosa. Pouco antes de ser assassinada, o marido dela havia morrido e deixado duas apólices de seguro, que somavam aproximadamente R$ 400 mil e que teriam sido pegas pelo publicitário.

Na casa de Ricardo, teriam sido encontrados, descartados no lixo, documentos com informações de Vilma e notas de compra de cimento-cola e de um armário. No apartamento da mãe do réu, a polícia descobriu em um dos cômodos um armário branco, cuja tampa havia sido concretada. Dentro, estava o corpo da idosa, em avançado estado de decomposição. Quando os agentes foram à casa de Ricardo, o encontraram armado e com o passaporte na mão.

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