Preocupado com a crise na Petrobras, os juros em alta, as pesquisas em baixa e insinuações de que o ex-presidente Lula poderia se candidatar, o PT tratou, nesta sexta-feira, de tirar dúvidas a respeito da candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff.
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Na abertura do 14º Encontro Nacional da sigla, em São Paulo, os petistas aclamaram Dilma como o nome do partido e dissiparam o coro do “Volta, Lula”. O comando de diversas correntes internas concordou até em produzir um documento indicando a presidente como única postulante ao Planalto e delegar à convenção nacional, neste mês, só a formalização. Até 5 de julho, quando expira o prazo para registro das chapas, os partidos podem mudar o nome dos candidato.
Apesar da estratégia, a cúpula petista teme reações pela volta de Lula, principalmente por parte dos parlamentares ligados ao deputado André Vargas (sem partido-PR), insatisfeito com o Planalto.
Depois que deputados defenderem a volta do lulismo, o PR não teve representantes na mesa do encontro. Já o PSD e o PTB confirmaram apoio à presidente, que entrou no auditório ao lado de Lula, sob gritos de: “1,2,3, é Dilma outra vez”.
Em seu discurso, a presidente disse assumir a missão “desafiadora” de ser candidata à reeleição e fez uma retrospectiva de seu governo. Também frisou que o lançamento da pré-candidatura é uma “prova contundente” da confiança mútua existente entre ela e Lula:
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– Foi o compromisso com o povo brasileiro que nos uniu.
Já Lula reiterou que Dilma é a candidata do partido e prometeu subir a todos os palanques do PT para apoiá-la na campanha. Também elogiou o pronunciamento da sucessora no Dia do Trabalho e fez críticas à oposição, dizendo que a sigla é alvo de “perseguição”.
– Vamos parar de imaginar que existe outro candidato que não a Dilma, os adversários tiram proveito disso. Nós estamos com o jogo mais ou menos garantido, mas não podemos entrar de sapato alto. Eles (oposição) não admitem que a gente consiga provar que é possível fazer neste país o que eles não fizeram há tantas décadas – disse o ex-presidente.