No momento em que vive a pior crise de sua história, de quase 36 anos, o PT reúne na terça-feira, em Brasília, sua cúpula nacional para analisar a conjuntura e traçar sua estratégia de sobrevivência em ano de eleições municipais. A pauta do encontro da Executiva Nacional também deve incluir o agravamento do cenário econômico do país, a Reforma da Previdência proposta pela presidente Dilma Rousseff e as consequências das mudanças eleitorais nas campanhas de 2016.

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Diante do aumento do desemprego e da volta da inflação, os petistas consideram a crise econômica um tema crucial para a primeira reunião do ano.

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— A maior preocupação é com as notícias da área econômica — comentou o atual líder da bancada do PT na Câmara, Sibá Machado (AC).

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A corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária no partido, faz nesta tarde uma reunião prévia ao encontro de terça.

Sibá defende que o partido comece a debater a questão da Reforma da Previdência e que organize uma agenda de conversas com as centrais sindicais antes de se posicionar oficialmente sobre a fixação de uma idade mínima para aposentadoria, como sugeriu a presidente Dilma.

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Em café com jornalistas no início do mês, Dilma disse que a Reforma da Previdência faz parte do conjunto de ações do governo para 2016 para garantir a estabilidade econômica e a retomada do crescimento.

— Previdência será um assunto mais complexo (no Congresso) do que o ajuste fiscal — prevê o petista.

Perda de quadros

O comando do partido pretende definir uma linha de atuação para as eleições municipais. Preocupados com os desdobramentos da Operação Lava-Jato e o reflexo das investigações sobre a imagem da sigla, os petistas temem que a janela partidária — criada a partir da promulgação da emenda constitucional nas próximas semanas que permitirá a migração partidária de detentores de cargos eletivos sem risco de perda de mandato — tire do PT quadros considerados competitivos.

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— Isso pode mudar muitas configurações (regionais) — declarou Sibá.

Outro ponto que é objeto de preocupação no partido é o fim das doações empresariais para campanhas eleitorais. A questão em discussão será como fazer campanhas mais baratas.

— Vamos montar uma comissão eleitoral — informou o vice-presidente nacional do PT e líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE).

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Para Guimarães, o principal desafio será criar a unidade na legenda diante da crise econômica e política. Apesar de considerar que o processo de impeachment deflagrado na Câmara dos Deputados tenha esfriado, o vice-presidente do PT afirma que é preciso criar um ambiente de união entre PT, governo e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o partido tenha condições de enfrentar os adversários em ano eleitoral.

— Tem de prevalecer a natureza do confronto eleitoral — pregou.

*Estadão Conteúdo