O líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA), compareceu na manhã desta terça-feira na Comissão de Ética Pública da Presidência da República para entrar com duas representações contra parlamentares que, no governo interino de Michel Temer, tornaram-se ministros. Na avaliação de Florence, os deputados e senadores que se colocaram a favor do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff se beneficiaram diretamente ao assumir cargos no governo interino.

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— No caso no Senado, foi no mesmo dia da votação (do impeachment). Votaram de madrugada e, à tarde, estavam tomando posse — afirmou. —Consideramos que é oportuno que a Comissão de Ética produza um juízo (sobre o tema) — completou.

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Florence diz que solicitou, ao órgão de fiscalização da Presidência, a abertura de procedimento administrativo para a aplicação de advertência com sugestão de exoneração do cargo. O líder petista diz que todos os que tomaram posse violaram tanto a Constituição Federal como o Código de Conduta da Administração Federal.

Os ministros citados na representação são Blairo Maggi (PP/Agricultura, Pecuária e Abastecimento), José Serra (PSDB/Relações Exteriores), Bruno Araújo (PSDB/Cidades), Maurício Quintella (PR/Transportes, Portos e Aviação Civil), Mendonça Filho (DEM/Educação), Osmar Terra (PMDB/Desenvolvimento Social e Agrário), Ricardo Barros (PMDB/Saúde), José Sarney Filho (PV/Meio Ambiente), Fernando Coelho Filho (PSB/Minas e Energia) e Ronaldo Nogueira (PTB/Trabalho).

A segunda representação restringe-se ao caso de Serra. A bancada petista questiona a postura do chanceler em relação ao discurso do impeachment no exterior.

— Ele iniciou a sua atuação como ministro com orientação política, orientando representantes diplomáticos brasileiros no exterior a fazer parte do debate do impeachment sem crime de responsabilidade, ou seja, do golpe — afirmou.

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