Depois de se reunir durante uma hora com o governador do Rio, Sérgio Cabral(PMDB), o presidente estadual do PT, Washington Quaquá, anunciou nesta segunda-feira que todos os petistas com cargos comissionados no Estado terão de pedir exoneração o mais rápido possível, a fim de encerrar de vez a aliança fluminense PT-PMDB, após sete anos de união. Entre os petistas que deverão pedir demissão, estão os secretários estaduais de Ambiente, Carlos Minc, e de Assistência Social e Direitos Humanos, Zaqueu Teixeira. Washington Quaquá levou para Cabral uma lista de 200 nomes, mas calcula que chegue a 350 o número de petistas que ocupam cargos no governo do Rio e sairão nos próximos dias.
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– O casamento acabou, falta arrumar as malas – disse o presidente estadual do PT do RJ.
Desfeita a parceria com o PT, o PMDB do Rio analisa como se posicionará em relação à candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição e se aproxima do SDD, partido criado pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força, e comprometido com a candidatura do presidente nacional do PSDB e senador, Aécio Neves (MG), a presidente. ê provável que o governador do Rio Cabral entregue ao SDD a Secretaria de Assistência Social. Cabral reuniu-se com Paulinho da Força na semana passada e uma nova conversa está marcada para esta quarta-feira, 29. A Secretaria de Ambiente pode ser oferecida ao PSD, a depender das negociações para que a legenda apoie o pré-candidato do PMDB, o vice-governador Luiz Fernando Pezão.
O PT espera reunir 10 mil militantes no lançamento da candidatura do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) ao governo do Estado, no dia 23. Washington Quaquá minimizou a ameaça dos peemedebistas de não apoiar a reeleição de Dilma.
– Isso é tensão pré-eleitoral. O PMDB cumpre o papel dele de pressionar, é um período de reforma ministerial. Não nos cabe fazer a discussão nacional. O PMDB tem candidato no Rio Grande do Sul, onde o PT tem governador. Tem candidato na Bahia, onde o PT tem governador. O PMDB tem essa característica federativa. ê uma federação de partidos regionais. Não podemos contaminar a questão nacional com as questões locais – afirmou.
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O presidente estadual do PT disse que Farias dará um palanque forte para Dilma no Estado, mas não se oporá que ela faça campanha ao lado de outros aliados que também disputam o governo estadual – além de Luiz Fernando Pezão, o ex-governador e deputado Anthony Garotinho (PR ) e o ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella (PRB).
Washington Quaquá defendeu “palanque quádruplo” para Dilma no Rio.
-Quanto mais palanque para a presidenta, melhor para a eleição dela. Vamos usar o legado dos governos Lula e Dilma na nossa campanha, inclusive o que fizemos aqui no Rio durante sete anos no governo – disse.
Apesar da aliança desfeita, o presidente estadual do partido disse que os petistas não atacarão nem farão oposição sistemática a Cabral na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
– Não vamos fazer agressões gratuitas (ao governador). Vamos manter uma relação de diálogo, o PMDB é um aliado nacional – afirmou.
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