O PSOL busca um candidato à presidência da Câmara dos Deputados para enfrentar o favorito Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) na eleição de 4 de fevereiro. A plataforma de campanha já tem as linhas gerais: democratização da participação parlamentar no plenário e nas comissões, fim do voto secreto, independência em relação ao Executivo e ao poder econômico, fim do 14º e do 15º salários e transparência absoluta nos gastos, entre outros compromissos. O escolhido deverá ser Chico Alencar (PSOL-RJ), mas, segundo o presidente do partido, Ivan Valente, nomes de outros partidos ainda estão em discussão.
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– Queremos um candidato alternativo, com uma proposta mais frontal de mudanças. Vamos conversar com vários deputados independentes, que têm uma postura mais democrática. Vamos ver quem se habilita – diz Valente.
– Para nós as eleições do Henrique Alves na Câmara e do Renan Calheiros no Senado cristalizam essas formas atrasadas de fazer política e consagram o clientelismo, o fisiologismo. Queremos um nome que mostre essas chagas e que melhor encarne nossas propostas. ê uma candidatura com caráter simbólico. As chances de vitória são pequenas, mas cria um balizamento para acompanhar a nova gestão da Câmara – afirma Chico Alencar.
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O deputado do Rio está encarregado da minuta da plataforma, que será encaminhada a um grupo de 40 deputados, entre os quais Reguffe (PDT-DF), Paulo Rubem Santiago (PDT-PE), Luiza Erundina (PSB-SP) e Domingos Dutra (PT-MA). As propostas também serão enviadas aos dois concorrentes de Henrique Alves, a também peemedebista Rose de Freitas (ES) e Júlio Delgado (PSB-MG).
Há dois anos, o PSOL inscreveu a candidatura avulsa de Chico na última hora e o deputado teve 16 votos na eleição que escolheu o petista Marco Maia (RS) presidente da Câmara. Um acordo entre PT e PMDB garantiu ao partido de Henrique Alves e Renan Calheiros as presidências da Câmara e do Senado no período 2013-2014. Ainda existe uma possibilidade de o PSOL votar em Júlio Delgado, se o candidato se comprometer com algumas propostas da plataforma elaborada pelo partido.
– O Júlio não tem se colocado em uma perspectiva de confronto. Qualquer um de nós (do grupo de independentes) pode assumir esta missão – diz Chico Alencar.