Um psicólogo de Blumenau está sendo investigado por enviar mensagens libidinosas e fazer propostas sexuais a pelo menos dois pacientes, de 13 e 16 anos. Os menores estranharam a situação e revelaram à mãe, que procurou a Polícia Civil. As apurações seguem em sigilo, mas para o delegado responsável está claro que o profissional cometeu dois crimes: favorecimento da prostituição de adolescente e incitação ao uso de drogas.
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Os dois meninos são irmãos e iniciaram a terapia há menos de dois meses, conta o pai*. Tão logo as sessões no bairro Vila Nova começaram, o psicólogo passou a mandar mensagens aos garotos. Com perguntas sobre o dia a dia e muito conhecimento em jogos virtuais, não demorou para ganhar a confiança deles.
Nas trocas de mensagens obtidas pela Polícia Civil, frases e questionamentos de cunho sexual surgiam quase que diariamente. Ao mais velho, o homem propôs fazer sexo oral no garoto durante a consulta, com a promessa de pagar R$ 50 pelo ato. O rapaz disse que não tinha interesse, mas ele insistiu ao afirmar que tudo seria um segredo dos dois.
Em outro momento, de acordo com os documentos anexados ao inquérito, o psicólogo sugere que depois do sexo oral eles “fumem um”. A situação evoluiu na última consulta, na quinta-feira (1º). O homem aumentou a oferta para R$ 100 para poder praticar sexo oral no adolescente de 16 anos.
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O rapaz negou e, ao chegar em casa, acabou descobrindo em uma conversa com o irmão mais novo que o outro também estava recebendo mensagens libidinosas. Eles decidiram revelar a história para a mãe na sexta-feira (2). No mesmo dia a família procurou a Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (Dpcami).
Conforme o delegado Felipe Orsi, da Dpcami, o inquérito ainda não foi concluído, mas quase todos os envolvidos já foram ouvidos, incluindo o psicólogo. Orsi agora apura se há outras vítimas, já que o homem atende adolescentes e já trabalhou com menores com deficiência.
— Ele [o psicólogo] alegou que fez para testar se os adolescentes cairiam na conversa de alguém. É uma situação absurda, principalmente por ter sido cometida por quem tem que cuidar da questão psicológica das vítimas — diz o delegado.
Orsi e equipe buscam outros detalhes para concluir as investigações. A intenção é solicitar à Justiça medidas cautelares, como o afastamento do profissional das atividades, ainda nesta terça-feira (6).
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— Foi bastante difícil encarar essa notícia. O que me conforta é que eles conseguiram perceber [a tempo de algo mais grave ocorrer]. Com quantas crianças ele já não fez isso? — revolta-se o pai.
Se condenado, os dois crimes pelos quais o homem deve ser indiciado somam até 13 anos de prisão.
*Os nomes não serão divulgados para preservar a identidade das vítimas, como preconiza o Estatuto da Criança e do Adolescente.