Nunca na história da humanidade o ser humano usou tanta droga como nos dias atuais. Quando falo de droga, refiro-me às lícitas e ilícitas. Fico pensando em como os laboratórios estão trabalhando (a mil por hora) para satisfazer uma massa que pretende cada vez mais consumir droga. O Brasil e a Argentina estão entre os maiores consumidores de remédios para emagrecer. Isso mostra que temos o uso irracional e desenfreado de remédios.

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Somos adeptos da prática da automedicação. Além disso, quando o médico passa os dias, as quantidades corretas e os horários, muitos de nós burlamos: não tomamos a medicação nos horários indicados e não fazemos tratamento até o final. Leitor, remédio não pode ser banalizado. Não se pode fazer das farmácias algo que fazemos nas lanchonetes de self-service. Não é um produto comum. Quando as drogas entraram na vida do ser humano? Houve uma porta de entrada? Será que para ser feliz eu preciso mesmo tomar algum tipo de droga? A sensação que tenho é que a família que não consome nenhum tipo de droga é uma família infeliz.

Não há remédio inofensivo. Até agora o que vejo é uma superficialidade sobre esse problema das drogas, sem querer classificar de nenhuma maneira. Nos dias de hoje as drogas tornaram-se uma necessidade, porque propiciam uma (falsa) sensação de felicidade. Cabe lembrar que o ser humano está sempre em busca de uma mudança do estado físico e psíquico, seja pela beleza que queremos alcançar, seja pela manutenção da saúde ou pela busca desenfreada do prazer, da felicidade. Sim, se pensarmos melhor, podemos achar que a felicidade está diante de uma prateleira na farmácia. Tudo isso porque não percebemos o direito à tristeza.

O consumo de drogas, lícitas ou ilícitas, e o capitalismo andam lado a lado. O capitalismo nos impõe valores supremos. Nesse sentido, enquanto o ser humano procurar o ter, o querer aparecer cada vez mais, o ser adoece. E a sociedade adoece.

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