A separação conjugal durante a gravidez não é fácil, mas é preciso saber enfrentar a situação para que ocorram menores prejuízos a todos e, inclusive, ao bebê que está para chegar, de acordo com a psicóloga Cynthia Boscovich, especialista em gestantes e na relação mãe-bebê.

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– É difícil não se abalar com esta situação, pois, por mais insuportável que possa estar à relação e a separação se tornar um alívio para o casal, o momento implica em sonhos desfeitos e em perdas para ambos. Porém, com um bebê a caminho, tudo fica mais delicado e merece cuidado – diz.

A psicóloga afirma ainda que a mulher neste período tende estar mais sensível, devido à ação dos hormônios, onde geralmente as emoções ficam “à flor da pele”.

– É importante observar o que de fato acontece e prejudica a relação e a cada um antes de rumar para a separação. A gravidez muitas vezes movimenta questões íntimas e primitivas, nem sempre conscientes. O que para um pode ser uma alegria, para outros pode ser um pesadelo – explica.

Cynthia ressalta que o ideal seria que o casal pudesse se separar da forma mais equilibrada possível, com muito diálogo, acordos, onde cada um pudesse ceder um pouco, considerando o bebê que está para chegar.

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– Mas isto é difícil de acontecer, pois muitos sentimentos antagônicos estão presentes neste momento e nem sempre o casal consegue não só enxergar aonde está o conflito, mas também cada um perceber separadamente as suas dificuldades.

Uma alternativa para o casal com dificuldades é buscar ajuda profissional de psicanalistas ou psicoterapeutas:

– O tratamento, seja ele realizado individualmente ou em sessões com o casal, pode ser uma saída não só para resolver conflitos do casal que busca entendimento e pretende continuar casado, mas também, caso a separação seja inevitável, que eles consigam realizá-la da forma mais madura possível, afim de amenizar os conflitos e os danos individuais – aponta a psicóloga.

Nem sempre este momento é tão ruim, embora a sensação possa ser de se estar no fundo do poço, mas considerando que a crise pode trazer a oportunidade não só para o casal, mas também para que cada um possa entrar em contato com questões antes não vistas e que agora poderão ressignificar e transformar muita coisa, seja casado ou separado.

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Sabe-se da importância da mãe estar em equilíbrio físico e psicológico na gestação para que o bebê venha ao mundo com saúde e tranquilidade, entretanto com o aumento do estresse, a glândula suprarrenal secreta quantidades elevadas de hormônios no organismo, como cortisol e adrenalina, podendo alterar a pressão arterial, o açúcar no sangue, suprimir o sistema imunológico, dentre outros sintomas que podem prejudicar a sua saúde e consequentemente até o bebê.

– É salutar que os pais saibam que o bebê necessita de um bom começo, com um ambiente voltado a atender com serenidade as sua necessidades que contribuirão para sua saúde psíquica, por isso é importante que cada um, apesar da dor da separação, tente cuidar de suas questões, com o intuito de garantir o equilíbrio deste ambiente para que possa ser suficientemente bom para este bebê – alerta Cynthia.