O PSDB apresentou, nesta quarta-feira, na Câmara dos Deputados, Proposta de Fiscalização e Controle (PFC) para que sejam fiscalizados os pagamentos feitos à WTorre Properties S.A. pela Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária em São Paulo. A WTorre é uma das empresas às quais a Projeto Administração de Imóveis, de propriedade do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, prestou consultoria.

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A PFC do PSDB foi apresentada à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara. Agora, caberá ao presidente da comissão, Sérgio Brito (PSC-BA), designar um relator para dar um parecer preliminar sobre pedido dos tucanos. Esse precisará ser aprovado pelo plenário da comissão para que comecem as investigações.

O líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), considerou a denúncia dos tucanos sem fundamento.

– Isso é ridículo. Não sei de onde eles têm dados desse jeito. Não comentar um assunto que não tem pé nem cabeça. O Brasil sabe que a oposição está querendo embaralhar a discussão política. É uma bobagem e não tem fundamento – disse.

Segundo o documento apresentado à comissão, em consulta feita pelo PSDB ao Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) consta duas ordens bancárias da Delegacia da Receita Federal (Derat) São Paulo para a empresa WTorre – uma de R$ 6.259.531,67 e outra de R$ 2.920.770,00 referentes a processos administrativos. Para o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR), autor das consultas, há indícios fortes de tráfico de influência, que precisam ser investigados.

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“Os dados do Siafi e do governo federal mostram que a WTorre, empresa para qual Palocci prestou assessoria, recebeu quase R$ 10 milhões, três dias depois da eleição presidencial, e a presidente Dilma Rousseff obteve R$ 2 milhões de doação dessa empresa para sua campanha. São fatos graves que precisam ser apurados. Queremos saber se houve intervenção do Palocci, por meio de sua consultoria.”

Segundo o líder do PSDB, deputado Duarte Nogueira há indícios ‘muito consistentes de que poderá ter havido uma triangulação com interesses empresariais no recolhimento e na devolução de recursos da Receita Federal, envolvendo a WTorre à Receita Federal e à empresa de consultoria de Palocci. Para que isso seja esclarecido estamos apresentando as provas da Receita Federal, do Siafi, do TSE.

Os tucanos afirmaram, durante entrevista coletiva na qual apresentaram os documentos, que o material colhido em órgãos federais reforça a necessidade de criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar o ministro Palocci em razão das denúncias de ter uma grande evolução patrimonial nos últimos quatro anos.