Os tucanos não querem perder espaço no governo estadual e já articulam uma alternativa para a saída do secretário de Educação, Marco Tebaldi (PSDB).

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Se o partido não ficar com o comando da pasta, espera indicar um nome para a Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte, que será deixada por Cesar Souza Junior (PSD), para a disputa da prefeitura de Florianópolis.

Nos bastidores, uma das avaliações feitas é de que, pelo desgaste sofrido na Educação ano passado, por conta da greve dos professores, o melhor seria ficar com a pasta de Turismo.

Dois nomes cogitados são do prefeito de Imbituba, Beto Martins, e do ex-prefeito de Balneário Camboriú Rubens Spernau. Beto não pretende renunciar ao cargo antes das eleições de outubro, mas uma alternativa seria colocar um técnico para administrar o Turismo para um mandato-tampão, até que o tucano pudesse assumir. Spernau está sem mandato e poderia assumir imediatamente.

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A bancada estadual ainda não conversou com o governador Raimundo Colombo (PSD) sobre a reforma no colegiado. Muito tucanos reclamam, inclusive, de ficar sabendo das mudanças pela imprensa.

O líder da bancada, Dado Cherem (PSDB), disse que o partido fará uma reunião de lideranças no dia 6 para conversar sobre a situação da sigla e sobre os trabalhos para as eleições municipais, e reforçou que, oficialmente, os tucanos não foram comunicados sobre a saída de Tebaldi da Educação.

– O PSDB só não abre mão de continuar com o espaço que tem. Não tenho dúvida de que o partido é importante na aliança e de que o governador vai continuar prestigiando o PSDB – disse Dado.

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O deputado Marcos Vieira (PSDB) também defende a manutenção dos espaços e criticou que as informações sobre a troca na Educação tenham saído na imprensa antes de uma conversa entre Colombo e o PSDB.

– Repudiamos a fritura no jornal. Entendemos que não é pela imprensa que se exonera ou nomeia.

Marcos Vieira afirmou que o espaço do PSDB na coligação é resultado da participação do partido nas eleições de 2010 – a chamada geografia da urnas, que divide os cargos no governo pela quantidade de eleitos de cada legenda na Assembleia:

– A instituição PSDB não pode ser marginalizada. Se houve qualquer ato de discriminação com a instituição PSDB, em razão de um ou outro membro, pode ter reflexos na frente.

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Desde a formação do colegiado, em 2010, os tucanos se sentiram prejudicados e alegaram ter recebido menos espaço do que tinham direito. Além da Educação, o PSDB comanda atualmente as pastas de Assistência Social, Trabalho e Habitação, com o deputado estadual Serafim Venzon; e de Planejamento, com Filipe Mello, filho do deputado federal Jorginho Mello.

Com o desentendimento de Jorginho com o presidente do partido, Leonel Pavan, e especulações de que o parlamentar está para deixar a sigla, muitos tucanos já não contam o Planejamento como cota da sigla.

A situação da legenda deve ficar mais tranquila se, na reforma de Colombo, o PSDB conseguir a manutenção dos espaços reivindicados. Por outro lado, crescem os rumores de uma corrente do tucanato que defende que o partido deve trabalhar por outros projetos – candidato a governador em 2014 – caso a sigla seja desprestigiada novamente.

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Na semana passada, lideranças tucanas se sentiram ofendidas com as projeções de Luiz Henrique (PMDB) para 2014 e 2018, que incluíram PMDB e PSD, mas não o PSDB.