Em resposta à pressão do Palácio do Planalto, o PSB planeja anunciar nesta quarta-feira que decidiu entregar os cargos que ocupa no governo federal. A decisão será oficializada em reunião da executiva do partido, convocada em caráter emergencial para as 11h.

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Ainda não há consenso sobre o apoio da legenda à presidente Dilma Rousseff, mas existe uma tendência majoritária no comando partidário a manter a aliança nacional com o PT pelo menos até março de 2014, quando decidirá se o governador Eduardo Campos (PE) será, de fato, candidato ao Palácio do Planalto.

Presidente do PSB, Campos está articulando para que o rompimento não ocorra agora, apenas a devolução dos cargos.

Hoje, o partido comanda o Ministério da Integração Nacional, além da Secretaria de Portos e vagas em estatais. A interlocutores, o pernambucano disse que está trabalhando para manter a aliança em solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem é amigo.

A entrega dos cargos não estava no horizonte do partido até o último sábado, mas teve de entrar na agenda por pressão de parte de seus membros após ameaças veladas na imprensa de que Dilma tiraria as vagas do partido de Campos.

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O líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), disse que “o partido está constrangido com as ameaças que vêm sendo feitas por intermédio dos jornais. Nós nunca brigamos por cargos”.

Integrantes do PSB lembraram que, em janeiro de 2012, o ministro Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional) procurou Dilma e falou da decisão de sair. Mas ela não aceitou a demissão. O PSB então divulgou nota dizendo que permanecia no governo, mas não por causa dos cargos.

Apesar da saída, a decisão a ser manifestada nesta quarta não significará o anúncio da candidatura de Eduardo Campos à sucessão presidencial.

– A decisão sobre o debate sucessório só ocorrerá em 2014. Essa é uma decisão tomada pelo partido lá atrás e será cumprida – declarou Campos.

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