O rapper Sean Combs, conhecido como P. Diddy, pode ter previsto a própria prisão há 25 anos. Em uma entrevista de 1999, ele falou sobre as polêmicas festas, hoje no centro das polêmicas envolvendo o nome do rapper. Ele foi preso na última segunda-feira (16) em Nova York por acusações de envolvimento com tráfico sexual, associação ilícita e promoção da prostituição.

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— Eles não vão nem me dar permissão para fazer as festas, cara. Eles não querem que eu dê festas mais — disse ao rapper ao Entertainment Tonight. — Mas nós não vamos parar. Vamos continuar nos divertindo e juntando pessoas de todos os tipos. Você vai ouvir falar sobre minhas festas. Eles vão acabar com elas. Provavelmente vão me prender, fazer todos os tipos de loucuras apenas porque queremos nos divertir.

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Entre 1998 e 2009, o rapper promoveu as famosas “Festas do Branco” em uma mansão nos Hamptons, em Nova York. Estrelas da música e do cinema participavam as festas, regadas a álcool, drogas e palco de nudez e cenas de sexo.

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Diddy (também conhecido como Puff Daddy) é um poderoso magnata da indústria musical americana. Ele foi mentor de Usher e é responsável pela transformação do hip hop.

Além das “Festas do Branco”, a Promotoria de Nova York investigou a organização de “freak-offs”, festas que envolviam maratonas sexuais em suítes de hotéis de luxo pelos Estados Unidos. Nelas, mulheres se juntavam com prostitutos e eram gravadas. Segundo a promotoria, a suíte era toda preparada para filmagem, abastecida com óleo de bebê e drogas. Os envolvidos tinham também fluídos intravenosos à disposição para reidratação durante as “maratonas”.

A investigação aponta que estas sessões envolviam, além do uso de drogas, sexo coagido. Os vídeos gravados por Diddy eram usados como chantagem contra as vítimas, para que ele não fosse denunciado.

Primeira denúncia

As suspeitas contra Sean Combs começaram a partir da denúncia de Cassandra Ventura, conhecida como Cassie, ex-namorada do rapper. As alegações foram feitas por ela no ano passado. Na ação judicial movida por Ventura, ela falou sobre os “freak-offs”.

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Diddy se declarou inocente das acusações de tráfico sexual, conspiração e extorsão. A defesa aponta que os encontros entre Combs e Ventura eram consensuais, e que os dois eram parceiros de longa data que tinham um relacionamento conturbado e complexo.

Em uma gravação de 2016, o rapper é visto agredindo Ventura em um hotel em Los Angeles. A gravação, feita por câmeras de segurança, mostram Combs atirando um vaso na então namorada e a arrastando pelo corredor pela blusa de moletom.

A promotora Emily Johnson descreveu o vídeo em tribunal como uma tentativa de Ventura de deixar o local de um freak-off, afirmando que existe provas de que um prostituto estava no quarto do qual Cassie Ventura saiu antes de ser atacada.

Sean Combs segue preso sem possibilidade de fiança, pela gravidade das acusações. Ele está em uma prisão federal no Brooklyn, em Nova York. A defesa do rapper argumenta que a relação entre Cassie e Diddy poderia ser chocante para outras pessoas, mas não se caracterizavam como agressão sexual, nem força, fraude ou coerção, conforme exige o principal estatuto federal sobre tráfico sexual.

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Além disso, o advogado afirma que ao entrevistar seis dos homens apontados como trabalhadores sexuais negaram o ato ser não consensual, ou se possuia alguma vítima bêbada ou drogada durante as festas de Combs. E foram questionados se havia o menor indício de que uma mulher não estivesse consentindo, ao qual, o advogado afirma, que também negaram.

Em relação ao vídeo apresentado na audiência, Combs relatou uma versão diferente do dia aos seus advogados. Os argumentos apresentados trazem que a briga começou após Ventura encontrar provas de uma possível traição no celular do rapper. A defesa afirma que Ventura saiu do quarto com todas as roupas dele após arremessar o celular em Combs, que estava dormindo. Por isso, nas filmagens ele aparece apenas de toalhas.

Quem é Diddy e qual sua ligação com Jay Z e Beyoncé

Quando questionados sobre as outras vítimas, os advogados afirmaram que os processos civis possuem acusações falsas para conseguir um acordo.

Quem é o rapper P. Diddy

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*Com informações da Rolling Stone, O Globo, g1 e Correio Braziliense.

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