Se você mora ou se estiver de passagem pelo Norte, Vale do Itajaí, Sul ou Serra de Santa Catarina por estes dias e se deparar com um monte de gente pedalando a toda velocidade, com escolta policial em alguma rodovia ou até mesmo em frente à sua casa, não se espante.

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? Confira a galeria de fotos da primeira etapa

Ao contrário. Aplauda e incentive. Afinal, estará testemunhando uma das competições esportivas mais charmosas e tradicionais do Brasil.

Após dois anos fora do calendário por falta de patrocínio e dinheiro, o Tour de Santa Catarina volta à ativa e recebe atletas de várias partes do país e até do exterior.

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A prova iniciou na quarta-feira, em São Francisco do Sul, e seguirá até domingo, em Bom Jardim da Serra. Participam 78 atletas de 14 times de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Uruguai. Incluindo organização e equipes de apoio, o número de pessoas envolvidas chega a 170.

Da primeira à quinta e última etapa, a competição passará por 23 municípios, num total de 553 quilômetros, média de 110,6 quilômetros por trecho. O maior trecho foi o primeiro, entre São Francisco do Sul e Timbó, com 146,6 quilômetros. E o menor será o último, entre Orleans e Bom Jardim da Serra, com 45,6 quilômetros.

No âmbito esportivo, a relevância do Tour de SC está em manter o ciclismo em evidência e revelar atletas, alguns dos quais atingido projeção internacional, como o catarinense Márcio May, natural de Salete, maior campeão do Tour com quatro títulos (1997, 1998, 2002 e 2005) e participação em três Olimpíadas (Barcelona 1992, Atlanta 1996 e Atenas 2004); e o mineiro Cássio Paiva, segundo maior campeão do Tour com três títulos, sendo um deles o primeiro da história da competição, em 1987 (os outros em 2000 e 2001).

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– O Tour de Santa Catarina está para os ciclistas como a São Silvestre está para os corredores de rua – comenta o presidente da Federação Catarinense de Ciclismo (FCC), João Carlos de Andrade.

Além do esporte, o Tour de SC proporciona destaque ao turismo e a cultura no Estado, uma vez que percorre diversas regiões de diferentes etnias, sotaques, tradições e maravilhas naturais. A participação popular, por sua vez, é outra realidade marcante, com centenas de pessoas apoiando e homenageando os atletas quando da passagem por suas cidades.

? Entrevista com o presidente da Federação Catarinense de Ciclismo (FCC)

Diário Catarinense – Qual a importância do Tour de SC para o ciclismo?

José Carlos Andrade – Assim como as demais competições no mundo, o chamariz é muito grande para o esporte, mas o envolvimento das cidades também é um grande destaque. Ao levantarmos o percurso, nos preocupamos em escolher lugares bonitos, com topografias adversas, belas paisagens e que abrangem turismo e cultura. Em São Francisco do Sul, por exemplo, houve um concurso entre estudantes para fazer troféus de material reciclável para os atletas.

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DC – Por que o Tour de SC parou por dois anos?

Andrade – Em 2011 e 2012 não teve pela questão financeira, e neste ano tivemos o apoio do governo do Estado.

DC – E agora, por que voltou com menos etapas que antes?

Andrade – Houve anos em que a competição durou 15 dias, mas baixamos até pelas condições das equipes, pois para se manter nos eventos o custo é muito elevado. No Brasil, não tem por que fazer provas com mais de sete dias.