O Irã vive desde a última quinta-feira uma onda de protestos violentos contra a situação econômica e contra o governo.
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No total, 21 pessoas, entre elas 16 manifestantes, morreram desde esse dia, quando os protestos começaram na cidade de Mashhad (nordeste do país) os protestos que se estenderam por todo o país.
Essas manifestações são as mais significativas desde o movimento de 2009 contra a reeleição do presidente ultraconservador Mahmud Ahmadineyad.
– Mashhad –
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Em 28 de dezembro, centenas de pessoas se manifestaram na segunda maior cidade do país, Mashhad (nordeste), contra a alta dos preços, contra o desemprego e contra o governo de presidente Hassan Rohani.
Segundo imagens de vídeo difundidas pela mídia reformista Nazar, os manifestantes gritavam “Morte a Rohani!” e criticaram os compromissos do governo no âmbito regional antes mesmo que no âmbito doméstico.
– Condenação de Washington –
Em 29 de dezembro, centenas de pessoas se manifestaram em Qom (norte), gritando “Morte ao ditador” e “Libertem os presos políticos”, segundo vídeos divulgados nas redes sociais. Outros manifestantes pediam ao regime que abandone seu apoio militar e financeiro aos movimentos regionais aliados para se ocupar de seu próprio povo.
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O primeiro-vice-presidente iraniano, Eshaq Jahanguiri, acusou a oposição de estar por trás dos movimentos de protesto enquanto a diplomacia americana disse que os dirigentes iranianos “transformaram um país próspero (…) em um Estado delinquente à deriva”.
– ‘Manifestações ilegais’ –
Em 30 de dezembro, o regime também lançou milhares de pessoas às ruas para celebrar o aniversário da grande mobilização pró-governo que marcou o fim da contestação contra a reeleição na Presidência de Mahmud Ahmadinejad em 2009.
O ministro iraniano do Interior pediu à população que não participe de “manifestações ilegais”.
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À tarde, centenas de pessoas protestaram no bairro da universidade, expressando sua rejeição ao governo, antes de serem dispersados pela polícia.
O presidente americano, Donald Trump, reiterou suas advertências em relação ao poder iraniano, afirmando que “os regimes opressivos não podem durar para sempre”.
– Manifestantes mortos –
Em 31 de dezembro o ministro do Interior advertiu aos que “utilizam violência” que deverão “responder por seus atos”.
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O acesso às redes sociais Telegram e Instagram de dispositivos móveis voltou a ser suspenso.
As autoridades acusam grupos “contra-revolucionários” com sede no exterior de utilizar estas redes para convocar manifestações e utilizar coquetéis Molotov e armas de fogo.
O presidente Rouani reconhece que o governo deve “permitir um espaço” para que a população possa expressar suas “inquietudes diárias”, mas condenou “a violência e a destruição de bens públicos”.
Na noite deste domingo, violentos protestos aconteceram em uma dezena de cidades. Em Dorud, dois manifestantes morreram na madrugada de 31 de dezembro.
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– ‘Agitadores’ –
Em 1 de janeiro de 2018, Rohani declarou que o povo iraniano responderá os “agitadores e descumpridores da lei”. O presidente iraniano qualificou os contestadores de “pequena minoria que (…) insulta os valores sagrados e revolucionários”.
O presidente americano Donald Trump afirmou que “chegou o momento da mudança” no Irã.
O ministério das Relações Exteriores russo, estimou “que se trata de um assunto interno iraniano”. “Qualquer intromissão estrangeira que desestabilize a situação é inadmissível”, acrescentou. A União Europeia pediu que o Irã garanta o direito a se manifestar.
À noite, nove pessoas morreram em vários bairros da cidade de Isfahan, entre elas seis manifestantes, quando tentavam invadir uma delegacia.
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– “Inimigos” do Irã –
Em 2 de janeiro, o vice-governador de Teerã, a cidade menos afetada pelos protestos, anuncia a prisão de 450 pessoas desde sábado.
O guia supremo, o aiatolá Ali Jamenei, acusa os “inimigos” do Irã de serem responsáveis pelos distúrbios.
Em um telefonema ao presidente francês Emmanuel Macron, Rohani exige que atue contra as atividades de um “grupo terrorista” iraniano na França.
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Os Estados Unidos pedem a Teerã que não bloqueie as redes sociais e solicita reunião de emergência da ONU.
* AFP