A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, informou nesta quinta-feira em Genebra, onde é realizada uma reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que os protestos da Venezuela terminaram com 28 mortos e 365 feridos.

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– No total, temos 28 falecidos – desde o início dos protestos, declarou Ortega Díaz durante uma conferência organizada pela Venezuela sobre os avanços realizados por seu país em matéria de direitos humanos.

Um dos falecidos trabalhava como procurador e outros três eram membros da guarda nacional, disse a funcionária do ministério público.

– Dos 365 feridos computados no dia de hoje na Venezuela, 109 são funcionários da guarda nacional e das diferentes polícias do país – acrescentou.

A Venezuela vive há um mês uma onda de manifestações contra a insegurança, a inflação de 56% anual, a escassez de produtos básicos, a repressão dos corpos policiais e a detenção de ativistas. Todos os dias são registrados protestos, bloqueios de ruas e confrontos entre as forças de ordem e manifestantes radicais.

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A partir de Genebra, Ortega Díaz garantiu que “o direito a protestar não é absoluto”, mas que tem limites. – Os cidadãos têm o direito de protestar pacificamente e sem armas – disse.

– O que começou na Venezuela como uma manifestação pacífica se converteu em uma situação de caos e violência. (…) Foi o início de uma série de protestos não pacíficos – declarou a procuradora-geral, que detalhou a apreensão de 25 armas de fogo, material explosivo e 200 artefatos incendiários, entre outros, durante as manifestações.

– O ministério público não irá permitir nenhuma detenção arbitrária – disse Díaz, acrescentando que 106 pessoas estão privadas de liberdade, entre elas 15 funcionários públicos.

Sobre possíveis violações de direitos humanos, a procuradora-geral confirmou 42 investigações em andamento com o objetivo de punir os responsáveis.

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Durante a conferência, representantes de vários países demonstraram seu apoio à Venezuela, como Cuba, Equador, Nicarágua, Rússia e China.

Por sua vez, um representante da secretaria de Estado americana para a democracia, os direitos humanos e o trabalho, Scott Busby, denunciou “as detenções arbitrárias e o uso excessivo da força contra os manifestantes e os jornalistas”.

Busby pediu uma “investigação em profundidade” sobre a violência e considerou imperativo uma mediação que facilite o diálogo entre governo e oposição.