Após uma série de protestos em todo país feito por índios que reivindicam a demarcação de terras, a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, disse nesta segunda-feira que a decisão não cabe apenas à Fundação Nacional do Índio (Funai) e defendeu que outros órgãos do governo sejam ouvidos.

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– O que nós pretendemos enquanto governo é que as demarcações que estão sendo estudadas pela Funai possam considerar, além do laudo antropológico, outros órgãos do governo de Estado brasileiro, para que, quando essas demarcações ocorrerem, nós não termos problemas de judicialização como nós estamos tendo ultimamente – afirmou Gleisi, que prometeu definir ainda neste semestre o novo processo de demarcação de terras.

Ela defendeu a medida com o objetivo de garantir “segurança jurídica para a população indígena e segurança jurídica para a população que vive nessas áreas”.

Diretório do PT em Curitiba é invadido

Um grupo de aproximadamente 30 índios da tribo caingangue ocupa desde a manhã desta segunda-feira, o diretório estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) do Paraná. A sede, que fica na capital Curitiba, foi invadida pelos indígenas por volta das 8h. Os índios protestam contra a postura da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman (PT), em relação à demarcação de terras indígenas. Gleisi foi eleita senadora pelo Paraná.

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No Rio Grande do Sul, os protestos aconteceram com bloqueio de rodovias. Em Mato Castelhano um grupo ocupou a pista da BR-285 interrompendo o tráfego entre duas importantes cidades da região, Passo Fundo e Lagoa Vermelha. Na RSC-480, a manifestação ocorreu em um trecho entre as sedes municipais de São Valentim e Erval Grande. A estrada é via de acesso para as cidades de Erechim, no Rio Grande do Sul, e Chapecó, em Santa Catarina.

Na ERS-343, o protesto trancou a passagem de veículos entre Sananduva e Cacique Doble. De tempos em tempos, entre às 8 horas e as às 17 horas, os índios retiravam os pedaços de madeira e máquinas da pista, liberando a passagem dos veículos e, logo depois, voltavam a trancá-la. Na região há dez terras indígenas demarcadas e oito em estudo ou declaradas.

Já no Mato Grosso do Sul, 65 propriedades rurais estão ocupadas por indígenas. Destas, 12 ficam em Sidrolândia e oito em Dois Irmãos do Buriti. Uma tentativa de trégua entre índios e fazendeiros de Mato Grosso do Sul terminou sem pôr fim à ocupação de uma propriedade em Sidrolândia, onde um índio terena foi morto durante reintegração de posse na semana passada.