O corte de verbas nas universidades federais do país é alvo de protestos de estudantes e professores em pelo menos quatro regiões do Estado nesta quarta-feira. Há mobilizações desde o período da manhã em Florianópolis, Joinville, Itajaí, Camboriú e Chapecó.

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Só a UFSC estima um rombo de R$ 46 milhões no orçamento da universidade, enquanto o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) anunciou que o bloqueio somará R$ 23,5 milhões.

Florianópolis – Em Florianópolis, a mobilização começou no pátio em frente ao prédio da reitoria da UFSC. Presente nos atos, o reitor Ubaldo Balthazar classificou a medida do governo federal como um "desmonte das universidades". À tarde, os protestos devem ter sequência no Largo da Alfândega, no Centro da Capital.

Manifestação em frente ao prédio da reitoria da UFSC (Foto: Diorgenes Pandini, NSC)

Joinville – Em Joinville, no Norte do Estado, as manifestações não ficaram restritas aos grupos ligados às instituições federais. Representantes de universidades, escolas estaduais, Centros de Educação Infantil (CEIs) e sindicatos realizaram atos durante a manhã. No campus da UFSC de Joinville, a maioria dos 1.600 estudantes trocou as salas de aula pela mobilização contra os cortes. À tarde, um novo ato deve ocorrer na Praça da Bandeira, às 15 horas, no Centro.

Também no Norte do Estado, atos contra o corte de recursos se repetiram no campus de São Francisco do Sul do Instituto Federal Catarinense (IFC).

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Manhã também começou com manifestações no Norte do Estado (Foto: Guilherme Budal, Divulgação)

Itajaí – Estudantes do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) em Itajaí protestaram durante a manhã na Avenida Contorno Sul, uma das mais movimentadas da cidade Itajaí. Estudantes levaram para a rua cartazes de protesto e apresentações sobre as atividades desenvolvidas no campus. O IFSC Itajaí oferece cursos como os de técnico em Recursos Pesqueiros e Aquicultura, voltados às vocação ecônomica local.

Em Camboriú, também no Vale do Itajaí, estudantes e funcionários do Instituto Federal Catarinense (IFC), que teve bloqueio de R$ 19 milhões em recursos, promoveram uma passeata até a Praça da Figueira, no Centro.

Manifestação na na Avenida Contorno Sul, uma das mais movimentadas de Itajaí (Foto: Dagmara Spautz, NSC)

Chapecó – A praça Coronel Bertaso, em Chapecó, também recebeu mobilizações contra os cortes na educação durante a manhã. Uma "aula pública" foi realizada no local. Um dos coordenadores do Sindicatos dos Docentes da Universidade Federal da Fronteira Sul (Sinduffs), Ricardo Machado, destacou que professores, servidores e estudantes decidiram de forma autônoma pela paralisação.

Está prevista para a tarde uma caminhada até a Gerência Regional de Educação para que seja entregue um documento contra os cortes no setor.

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Darci Debona, NSC (Foto: Praça em Chapecó teve aula pública pela manhã)

Protestos pelo país

Manifestações contra os cortes promovidos pelo governo nas instituições de ensino federais se repetem nas principais capitais e cidades do país. São atos organizados por grupos estudantis e entidades sindicais.

Porto Alegre (RS) – Concentração na frente do Instituto de Educação (IE/Faced) seguida de caminhada até o INSS, no centro. Atoestá previsto para o início da noite na Esquina Democrática. Universidades federais paralisaram atividades no RS.

Protesto na região da UFRGS, em Porto Alegre (Foto: Omar Freitas / Agência RBS)

Curitiba (PR) – Mobilização começou às 8h30min, em frente ao prédio histórico da UFPR, na Praça Santos Andrade. De lá, estudantes e professores partiram em caminhada até o Centro Cívico da cidade.

Brasília (DF) – Após ato em frente ao Museu da República, na Esplanada dos Ministérios, manifestantes marcham até o Congresso.

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São Paulo (SP) – Protesto à tarde na avenida Paulista.

Rio de Janeiro (RJ) – Panfletagem do Museu Nacional, em frente ao Horto Botânico. Manifestantes fazem aulas, palestras, performances e oficinas na Praça 15. À tarde acontece o ato unificado, na região da Candelária.

Belo Horizonte (MG) – Manifestantes promovem panfletagem em pontos da cidade como Estações do MOVE, Praça da Rodoviária e Praça Sete. Após, saem em passeata em direção à Praça da Estação para um ato unificado.

Vitória (ES) – Panfletagem em frente aos portões do campus Goiabeiras pela manhã. À tarde os trabalhos serão exibidos na "Mostra Balbúrdia Universitária". Após sai uma caminhada entre teatro universitário e a Assembleia Legislativa.

Salvador (BA) – Ato unificado pela manhã na Praça do Campo Grande com concentração em frente à escola de Belas Artes, no Canela.

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Recife (PE) – Professores e alunos da Ufpe oferecem serviços de fonoaudiologia, terapia ocupacional e fisioterapia na na Praça do Engenho de Meio. À tarde, o protesto será na Rua da Aurora, próximo ao Ginásio de Pernambuco.

Fortaleza (CE) – Concentração na Praça da Bandeira e marcha pelas ruas do Centro e do Benfica em direção à Reitoria da Universidade Federal do Ceará.

João Pessoa (PB) – Concentração em frente ao Liceu Paraibano, com panfletagem e discursos em carro de som. De lá, os manifestantes seguirão até o Ponto de Cem Réis, onde estará sendo realizado o "Educação na Praça".

São Luís (MA) – Protestos na Área de Vivência da Universidade Federal do Maranhão.

Maceió (AL) – Concentração para manifestação em frente ao Cepa (Centro Educacional de Pesquisa Aplicada).

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Natal (RN) – Ato no Campus Central do IFRN. À tarde haverá outro ato público no cruzamento das avenidas Salgado Filho e Bernardo Vieira.

Entenda

O governo federal anunciou no fim de abril o bloqueio de 30% dos recursos destinados a todas as instituições de ensino federais do país. A medida atinge os chamados gastos de custeio, como fornecimento de energia, água e vigilância.

Os cortes no orçamento do Ministério da Educação (MEC) foram incluídos em um contingenciamento maior anunciado pelo governo, de R$ 30 bilhões. Do total, R$ 5,8 bilhões são da Educação. Os números atualizados do bloqueio para instituições catarinenses somam R$ 102 milhões.

Na última quinta-feira, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, falou em 3,5%. No entanto, os 3,5% levam em consideração o orçamento total das universidades, que incluem as despesas vinculadas (pagamento de salários e benefícios a inativos), que não podem ser cortadas pela gestão. Já em relação às chamadas despesas discricionárias, como gastos com água e luz, que podem ser alteradas, o montante bloqueado equivale a 30%.

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