Um grupo de pessoas, acompanhado de cães de diversas raças, se manifestou na manhã deste domingo (28) no Aeroporto de Florianópolis em um pedido de justiça pelo caso do cão Joca. O cachorro morreu após uma falha operacional no transporte aéreo que iria levá-lo de Guarulhos (SP) para Sinop (MT), na segunda-feira (22).
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A mobilização contou a presença de cerca de 150 pessoas e 50 cachorros no Aeroporto de Florianópolis. O grupo entrou no local com faixas com frases como “animais não são bagagens” e gritando a palavra “justiça”.
Os integrantes do protesto também usavam roupas pretas e fizeram uma caminhada com os animais dentro do terminal de passageiros. O caso gerou comoção em todo o país, após o cão Joca morreu no desembarque de um voo.
A organizadora da manifestação, Isabela da Silva Martins, afirma que o movimento foi feito como uma forma de demonstrar solidariedade a Joca e outros animais que passam por situações parecidas, e também expressar indignação.
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— Os pets merecem um transporte seguro e digno. Nossa principal reivindicação é que as companhias aéreas revejam seus protocolos e procedimentos para o transporte de animais de estimação, garantindo a segurança e o bem-estar deles durante toda a viagem. Que não sejam tratados como cargas, mas como seres vivos que tem sentimentos e necessidades fisiológicas — afirma Isabela.
A organizadora do protesto é estudante de veterinária e proprietária de uma hospedagem para cães. Ela relata que espera que após o incidente com Joca as companhias aéreas e as autoridades apliquem medidas mais rigorosas para proteger os animais durante o transporte.
— Para todos que têm um pet, como eu e muitos outros manifestantes, essa notícia é devastadora. Mostra a importância de exigirmos que nossos animais de estimação sejam tratados com respeito, cuidado e segurança em todas as circunstâncias — reforça.
Veja fotos da manifestação no Aeroporto de Florianópolis
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Relembre o caso do cão Joca
O tutor de Joca, João Fantazzini Júnior, contratou o serviço de transporte da Gol para o animal de estimação. Ele ia de Guarulhos (SP) para Sinop (MT) no voo G3 1480, na segunda-feira. Uma falha operacional da companhia, fez com que o animal fosse embarcado em um voo que iria para Fortaleza, e não para Sinop, com o dono.
Ao chegar no Mato Grosso, a empresa comunicou o erro ao tutor de Joca. João Fantazzini resolveu voltar para Guarulhos para encontrar Joca. O cão chegou bem em Fortaleza e os funcionários da Gol chegaram a enviar vídeos para o tutor mostrando Joca embarcando novamente para Guarulhos.
Porém, Joca morreu durante o desembarque no aeroporto paulista. Segundo o tutor, ele teria apresentado à companhia um atestado que dizia que Joca poderia suportar uma viagem de duas horas e meia. Em entrevista à TV Globo, ele lamentou que seu cachorro tenha sofrido antes de morrer:
— Eu sempre vi as mensagens das pessoas sobre os cachorros morrerem nesta situação, mas eu nunca esperava isso, acho que o que mais me dói é saber que ele sofreu lá dentro, porque não é justo ele ter morrido desse jeito.
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O que diz a Gol
A GOL informou que se solidariza com o sofrimento do tutor do Joca e da família, que entende a sua dor e lamenta profundamente pela perda do animal de estimação. A companhia também comunicou que está oferecendo, desde o primeiro momento, todo o suporte necessário ao tutor e a família.
“A apuração dos detalhes do ocorrido está sendo conduzida com total prioridade pelo nosso time”, diz a nota. Segundo o g1, o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Silva (Republicanos), anunciou que a pasta também vai investigar o caso, em conjunto com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
A empresa aérea Gol também decidiu suspender o transporte de cães e gatos no porão de suas aeronaves, por conta do ocorrido, até o dia 23 de maio.
Já na quinta-feira (25), as companhias aéreas informaram que estudam, em caráter emergencial, a possibilidade de rastrear os animais transportados no porão das aeronaves para voos.
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Em um encontro entre representantes das empresas Gol Linhas Aéreas, Latam e Azul Linhas Aéreas, o Ministério de Portos e Aeroportos e a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), as empresas comprometeram-se ainda em apresentar, em 10 dias, propostas e sugestões para melhorar as condições do transporte aéreo de animais em voos domésticos e internacionais.
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