Donos de carros rebaixados se reuniram para protestar sábado à tarde contra a resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que proíbe, desde agosto de 2013, a modificação na suspensão dos veículos. Antes os proprietários rebaixavam e buscavam uma aprovação na inspeção do Inmetro para circular com o carro modificado sem serem multados. Só depois é que as alterações na estrutura dos automóveis podiam ser registradas na documentação pelo Detran.

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A resolução que proíbe qualquer alteração na altura do veículo vigorou até dezembro, mas foi prorrogada até 31 de março deste ano. Agora com a mudança na legislação, nenhuma alteração está sendo tolerada. Isso significa que apenas carros que já tinham autorização para o rebaixamento podem circular pelas ruas.

Em Blumenau o movimento surgiu através do Facebook e juntou 87 veículos, segundo a organização. Cada qual com seu modelo, motoristas percorreram a avenida Beira-Rio, avenida Martin Luther, parte da rua São Paulo e seguiram fazendo o buzinaço em direção ao parque Ramiro Ruediger. Todo o trajeto foi acompanhado por guardas de trânsito. Douglas Marcelino da Silva foi um dos participantes. Quando comprou o carro, há dois anos, pôde fazer as modificações que queria:

– Se quiser pegar um modelo mais novo hoje, sei que não vou poder fazer alterações. Não acho justo, já que é gosto de cada um – diz.

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Ao promover a manifestação, além de defender o estilo, o idealizador do evento, Elton Furtado, também pretende quebrar o preconceito que as pessoas têm para com o hobby:

– Somos discriminados por adotar esta prática, mas não fazemos mal a ninguém. Apenas queremos o direito de rebaixar legalmente o carro.

Segundo Furtado, a proibição pode fazer com que muitos motoristas façam alterações na informalidade. O proprietário de uma oficina que rebaixava carros Caio Cezar Furtado também teme que sem vistoria muitas pessoas façam de qualquer maneira, o que pode ser perigoso.

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O coordenador do Núcleo de Empresas Automecânicas da Associação Empresarial de Blumenau (Acib), Péricles Romero Espíndola, não é contra carros rebaixados, desde que respeitem a legislação e tenham sido inspecionados pelo Inmetro. Segundo ele, essas exigências fazem com que o rebaixamento seja seguro e não ofereça riscos:

– Sou contra carros rebaixados de forma exagerada. Se o rebaixamento for correto e dentro do limite, não tem problema.

A regularização de carros rebaixados está proibida desde que o Contran publicou a resolução nº 450, vetando “qualquer alteração no sistema de suspensão veicular original”, que anulou os efeitos do art. 6º da Resolução Contran nº 292, de 9 de agosto de 2008.

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