Cenas de depredação, vandalismo e conflito com a Brigada Militar novamente mancharam a manifestação desta segunda-feira em Porto Alegre.
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A BM confirmou 83 detenções por depredações e saques até a 0h35min. Além de comércio, veículos estacionados nas ruas foram quebrados e saqueados por vândalos. O Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) informou que pelo menos 17 contêineres foram incendiados. A sede da Secretaria Municipal da Juventude, na Rua João Alfredo, foi totalmente destruída. Cinco pessoas foram levadas ao HPS com ferimentos leves.
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Cerca de 10 mil pessoas foram às ruas para participar da marcha, que partiu pacificamente da Praça Montevidéu em direção ao Gasômetro, por volta das 18h30min. Um grupo caminhou pela Avenida Mauá e outro seguiu pela Siqueira Campos. Depois, os grupos se encontraram na Loureiro da Silva e novamente se separaram na Borges de Medeiros. Enquanto a caminhada seguia pacífica, moradores piscavam as luzes de apartamentos em sinal de apoio.
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Um grupo de adolescentes, dissociado da marcha, promoveu quebra-quebra na Rua João Alfredo, no bairro Cidade Baixa. Cerca de 50 a 60 pessoas, desgarradas dos demais manifestantes, começaram a depredar bares – que estavam fechados -, contêneires e motos, por volta das 19h40min. Quebraram vidraças e portas dos estabelecimentos e saquearam veículos como um Corsa, do qual tiraram pneus e rádio, e um Agile. Um coquetel molotov foi arremessado em direção a uma pizzaria.
A tensão aumentou no Centro, nas imediações da Avenida Borges de Medeiros, próximo à Riachuelo. Houve um início de confronto entre os próprios manifestantes, por volta das 20h. Segundo a BM, o desentendimento se deu entre um grupo que tentava conter os mais exaltados, que tentavam quebrar as grades de uma loja.
Por meio do Twitter, a assessoria do governo do Estado justificou a intervenção da BM porque um dos grupos portava rojões e havia pelo menos um jovem desmaiado. O choque avançou pela Borges, disparando bombas de efeito moral para dispersar a multidão. Um grupo ainda permaneceu por cerca de uma hora no local enfrentando a polícia e depredando bancas de revistas e placas de sinalização.
Manifestantes que seguiam paralelamente pela João Pessoa caminharam pacificamente pela República e seguiram até o Largo Zumbi dos Palmares, onde, às 21h15min, começaram a se dispersar. Um grupo retornou ao centro da cidade pela Borges de Medeiros e outra parte dos manifestantes seguiu em direção à Cidade Baixa. Perto das 22h, novamente houve confronto entre um grupo de ativistas e a BM, na Loureiro da Silva, próximo ao Largo Zumbi dos Palmares.
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Um grupo ainda seguiu pela Avenida João Pessoa, promovendo novas depredações. A agência do Banrisul, alvo de quebra-quebra em protestos anteriores, novamente foi destruída por vândalos. Contêineres foram derrubados e incendiados pelo caminho. A cavalaria da BM chegou a reforçar a tropa na Lima e Silva e voltou a bloquear a região da Avenida Ipiranga. Por volta das 23h15min, o grupo dispersou e todos os bloqueios foram desfeitos.
Além de Porto Alegre, houve manifestações em outras cidades da Região Metropolitana, como Canoas e São Leopoldo, onde a BR-116 foi bloqueada por ativistas durante cerca de cinco horas. Também foram realizados protestos no interior do Estado.