Um protesto pedindo justiça reuniu cerca de 300 pessoas no centro de Santa Maria no final da tarde de hoje. Ao contrário da manifestação do dia de ontem, em que 35 mil pessoas se reuniram de branco também no centro da cidade, a orientação para hoje foi de que os amigos e familiares das vítimas da tragédia em Santa Maria vestissem preto. Além disso, as faixas e discursos dos manifestantes cobravam justiça das autoridades.
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O protesto saiu da frente da Câmara dos Vereadores de Santa Maria por volta das 17h, depois os manifestantes percorrem o centro da cidade e foram até a Rua Alberto Pasqualini, onde fica localizada a Delegacia Regional de Santa Maria. O Delegado Regional Marcelo Arigony saiu para a rua e fez um discurso para os participantes. Ele afirmou que está fazendo tudo o que é possível para que a justiça seja cumprida.
– Vamos trabalhar incansavelmente para que todas as responsabilidades sejam apuradas – disse o delegado, com o megafone.
Pablo Bizzi Mahmud , organizador do protesto, argumentou que a manifestação era pacífica e tinha o objetivo de buscar leis mais severas no país. Além disso, ele também pretende fazer um projeto com a ajuda de amigos para que um memorial seja construído no local em que ocorreu a tragédia.
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– Queremos a criação de leis federais para que não aconteçam mais tragédias e, também, uma investigação que responsabilize também o governo – argumentou.
Por fim, a manifestação parou em frente ao prédio da Sociedade União dos Caixeiros Viajantes (SUCV), onde fica localizado o gabinete do prefeito, e pediram que Cezar Schirmer, prefeito de Santa Maria, se pronunciasse. Manifestantes mais exaltados pediram também a saída do prefeito. A chefe de gabinete do prefeito, Magali Marques da Rocha, conversou com os manifestas e mostrou documentos que, segundo ela, eximem a culpa do governo municipal.
Em gráfico, entenda a sequência de eventos que originou o fogo

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O incêndio na boate Kiss, no centro de Santa Maria, começou entre 2h e 3h da madrugada de domingo, quando a banda Gurizada Fandangueira, uma das atrações da noite, teria usado efeitos pirotécnicos durante a apresentação. O fogo teria iniciado na espuma do isolamento acústico, no teto da casa noturna.
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Sem conseguir sair do estabelecimento, mais de 200 jovens morreram e outros 100 ficaram feridos. Sobreviventes dizem que seguranças pediram comanda para liberar a saída, e portas teriam sido bloqueadas por alguns minutos por funcionários.
A tragédia, que teve repercussão internacional, é considera a maior da história do Rio Grande do Sul e o maior número de mortos nos últimos 50 anos no Brasil.
Veja onde aconteceu

A boate
Localizada na Rua Andradas, no centro da cidade da Região Central, a boate Kiss costumava sediar festas e shows para o público universitário da região. A casa noturna é distribuída em três ambientes – além da área principal, onde ficava o palco, tinha uma pista de dança e uma área vip. De acordo com o comando da Brigada Militar, a danceteria estava com o plano de prevenção de incêndios vencido desde agosto de 2012.
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