Menos de 24 horas depois das denúncias publicadas pelo jornal O Globo abalarem o país, as centrais sindicais convocaram mais um protesto em Florianópolis, dessa vez com uma mensagem clara: a renúncia imediata do presidente Michel Temer. A aglomeração de pessoas no canteiro da Avenida Paulo Fontes, tradicional ponto de encontro para atos políticos no Centro, começou tímida por volta das 17h, horário marcado, mas foi ganhando corpo ao longo da noite e chegando a 4 mil pessoas, segundo a Polícia Militar. Os policiais acompanharam a passeata pela região central e em determinado momento precisou de uso da força para conter atitudes mais exaltadas. Uma pessoa foi detida para assinatura de termo circunstanciado, lixeiras foram queimadas, viaturas danificadas e policiais atingidos por pedras.
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— Devido aos acontecimentos de quarta à noite, não tínhamos como ficar calados diante do caos que este governo colocou o Brasil — disse a presidente da Central Única dos Trabalhadores, Anna Júlia Rodrigues.
Os manifestantes se reuniram no final da tarde ao redor de um trio elétrico parado em frente ao Terminal do Centro. Depois de deliberações, as lideranças decidiram o trajeto da passeata: subir a Avenida Mauro Ramos passando antes em frente à Assembleia Legislativa (Alesc). Logo no início da caminhada, uma confusão resultou em um jovem detido para assinar termo circunstanciado por arremessar pedras contra a PM: a partir daí, cerca de 50 pessoas decidiram voltar ao terminal. Até as 21h15min, a PM não havia divulgado o motivo da prisão. Na frente do parlamento estadual, o grupo vaiou em mensagem de repúdio à classe política.

Em seguida, o protesto entrou na Avenida Mauro Ramos, uma das mais movimentadas do centro de Florianópolis. Interditaram o trânsito de uma das faixas, deixando a outra com fluxo lento. A segunda confusão aconteceu na frente da Igreja Universal do Reino de Deus. Um grupo de manifestantes começou a atirar pedras em direção ao templo e foi contido por balas de borracha dos policiais militares. Ninguém foi preso durante esse tumulto e a passeata segui avenida acima.
Chegando na Avenida Beira-Mar Norte, a principal da cidade, o grupo ocupou as três pistas, trancando completamente o tráfego. Os representantes da CUT decidiram encerrar o ato no local, mas alguns manifestantes decidiram continuar a caminhada. Depois da Beira-Mar, a passeata continuou pela Avenida Othon Gama D’eça e voltou ao Centro até chegar de volta ao Terminal do Centro. No final, outro tumulto rapidamente controlado pela PM: um manifestante estourou um rojão dentro do terminal, causando correria entre manifestantes e passageiros do transporte.
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Com informações da repórter Larissa Neumann