O trânsito na capital paulista ficou mais complicado nesta terça-feira. Como forma de protesto, motoristas e cobradores de ônibus fecharam 13 dos 28 terminais de ônibus de São Paulo. Os trabalhadores estão insatisfeitos com o resultado de uma assembleia realizada nesta segunda-feira pela categoria, quando foi aceita uma proposta salarial apresentada pelas empresas de ônibus, e considerada baixa pelos rodoviários, a qual prevê 10% de reajuste salarial.

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Por causa do protesto, o rodízio para automóveis foi suspenso nesta terça-feira em toda a cidade, mas a restrição para caminhões e transportes fretados foi mantida, assim como a circulação de ônibus em corredores e faixas exclusivas. Segundo a SPTrans, empresa municipal que administra o transporte público na cidade, os terminais bloqueados são Barra Funda, Expresso Tiradentes, Pinheiros, Lapa, Pirituba, Princesa Isabel, Amaral Gurgel, Sacomã, Bandeira, Casa Verde, Santana, Cachoeirinha e Butantã.

A paralisação dos terminais teve início por volta das 09h50min. A manifestação cresceu ao longo do dia. No final da tarde, na Avenida Francisco Morato, no bairro Butantã, zona oeste de São Paulo, diversos passageiros estavam indo para casa a pé, já que vários ônibus foram parados e estão estacionados na avenida, sem motoristas.

Por meio de nota à imprensa, o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo informou ter sido surpreendido durante a manhã desta terça-feira com as manifestações realizadas na cidade por alguns trabalhadores, que se dizem contrários ao fechamento da Campanha Salarial 2014. O sindicato informou que pretende investigar de onde partiram as manifestações e o motivo que levou os trabalhadores a tomarem essa atitude.

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Segundo o sindicato, mais de 4 mil trabalhadores compareceram à assembleia, que ocorreu no final da tarde de segunda-feira, e aprovaram a proposta apresentada. Ela, além do reajuste de 10% no salário, garante ticket alimentação mensal no valor de R$ 445,50, participação nos lucros e resultados (PLR) de R$ 850,00, melhoria dos produtos da cesta básica, 180 dias de licença maternidade e o reconhecimento da insalubridade, dando o direito à aposentadoria especial aos 25 anos de trabalho.

O número de ônibus e de passageiros prejudicados pelo protesto não foi informado. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), por volta das 17h, o congestionamento na cidade alcançou 123 km. A lentidão também é decorrente de um protesto de professores que acontecia no final da tarde na Avenida Paulista.

A Secretaria Municipal de Transporte ainda não se pronunciou sobre o protesto.

* Agência Brasil