A rotina de manifestações às segundas e quintas-feiras mantém-se nesta quinta-feira, em Porto Alegre, mas com uma novidade. Em lugar de programar a concentração para o entorno da prefeitura, o Bloco de Luta pelo Transporte Público definiu a Praça da Matriz como ponto de encontro.
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Com a mudança de endereço, os organizadores esperam levar suas reivindicações para a frente do Piratini. Formado por partidos de esquerda como o PSTU e o PSOL e por uma série de sindicatos, coletivos e entidades estudantis, o bloco tentou chegar à sede do poder estadual nas duas últimas manifestações, mas não obteve sucesso. Na quinta-feira passada, outros grupos de esquerda, tidos como mais próximos do PT, conseguiram conduzir a marcha para a Avenida Ipiranga. Na segunda-feira, o acesso ao Piratini foi impedido pela Brigada Militar.
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A ida para a Praça da Matriz tem um caráter simbólico (palco de manifestações históricas, ela abriga, além do Piratini, também o Palácio da Justiça e a Assembleia Legislativa) e uma motivação prática, de protestar contra o governador Tarso Genro.
Nesta quinta, o movimento Porto Alegre Vai Parar não realizará um ato concomitante. Este grupo, que se define como apartidário e é considerado de coloração direitista pelos militantes de esquerda, vinha focalizando sua mobilização na rejeição à PEC 37 e à corrupção – causas que não constavam da pauta que deu origem à onda nacional de protestos.
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A VISÃO DO COMANDO DA BRIGADA MILITAR*
Os preparativos – Durante esta quarta-feira, o comando da Brigada Militar realizou várias reuniões para discutir a estratégia de ação e a distribuição dos seus efetivos. Como nas ocasiões anteriores, haverá PMs em pontos considerados mais visados. Detalhes sobre aoperação são mantidosem sigilo.
Concentração na Praça da Matriz – O comando da Brigada Militar não dá como certo que o início do protesto ocorrerá diante do Palácio Piratini, mas estará presente para proteger o local.
Número de participantes – A Brigada Militar trabalha com uma estimativa de 15 mil manifestantes. Até a tarde desta quarta-feira, 6 mil pessoas tinham confirmado presença nas páginas do Facebook.
Vandalismo e saques – O comando diz sempre esperar que não ocorram depredações e que seu objetivo é garantir o direito de quem deseja participar. Mas atuará para evitar ações de vandalismo. Quem infringir a lei será detido.
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Trajeto da marcha – A BM trabalha com todas as possibilidades e acredita que, na segunda-feira, o trajeto sofreu uma mudança no meio do caminho.
Recomendação paraos manifestantes – O comando pede que o movimento organizado identifique pessoas que criem tumulto e comuniquem à polícia. Não aconselha que impeçam a ação de arruaceiros, para evitar agressões.
Confronto – Segundo o comando, a BM não deseja confronto e tem trabalhado ao máximo para evitá-lo, mas terá de agir se houver riscos à segurança, como em caso de agressões ou saques. A corporação está atenta ao crescimento de criminosos entre os manifestantes e vai incrementaro policiamento.
* Fonte: tenente-coronel Eviltom Pereira Diaz, chefe da comunicação social da Brigada Militar
A VISÃO DO BLOCO DE LUTA PELO TRANSPORTE PÚBLICO*
Os preparativos – Além da convocação pelo Facebook, o bloco está distribuindo panfletos em pontos de ônibus e universidades. Uma assembleia do DCE da UFRGS foi marcada para esta quinta-feira, e a ideia é que os estudantes já fiquem concentrados para o protesto. Os organizadores querem dar um tom lúdico à manifestação, com a presença de grupos musicais e teatro de rua.
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Concentração na Praça da Matriz – Nas duas últimas manifestações, o bloco tinha o objetivo de chegar ao Piratini. Na quinta-feira passada, outros grupos conseguiram levar a marcha à Avenida Ipiranga. Na segunda, a BM bloqueou os acessos ao palácio. Desta vez, as organizações resolveram escolher a praça que simboliza os três poderes como ponto de encontro.
Número de participantes – Na página do Bloco de Luta no Facebook, 6 mil haviam confirmado presença até a tarde desta quarta-feira.
Vandalismo e saques – Pessoas que aproveitam a situação para realizar ações criminosas são vistas como resultado das desigualdades sociais. O bloco entende que não cabe ao manifestante fazer papel de polícia.
Trajeto – Está em aberto. O plano é realizar a manifestação na própria Praça da Matriz. Se houver algum impedimento, a concentração pode ocorrer na Esquina Democrática e ser seguida de uma caminhada.
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Recomendação paraos manifestantes – O bloco sugere levar vinagre ou máscaras de médico, para amenizar os efeitos de gás lacrimogêneo.
Confronto – Os manifestantes acham possíveis novos confrontos, porque identificam na Brigada Militar o objetivo de reprimir o protesto.
* Fonte: Lucas Fogaça, da Assembleia Nacional de Estudantes-Livre (Anel), integrante do Bloco