Centenas de manifestantes de oposição bloquearam na madrugada de sexta-feira para sábado as saídas do Parlamento de Varsóvia e deixaram vários congressistas do governo retidos por várias horas, incluindo a primeira-ministra Beata Szydlo e o líder do partido governista, Jaroslaw Kaczynski.

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Dezenas de deputados da oposição bloquearam em um primeiro momento o Parlamento. Eles receberam o apoio de manifestantes que chegaram ao local para protestar contra um projeto que limita o acesso da imprensa aos parlamentares.

Pouco antes das 3H00 locais (0H00 de Brasília), um comboio que transportava Szydlo, Kaczynski e outros líderes do partido que governa o país, Direito e Justiça (PiS), conseguiu superar o bloqueio.

Durante a noite, o protesto ganhou a adesão de mais pessoas e um grupo de parlamentares decidiu permanecer no edifício.

A manifestação, convocada à tarde pelo movimento de defesa da democracia KOD, tinha como objetivo defender a liberdade de imprensa e denunciar outras polêmicas reformas introduzidas pelo PiS, nas áreas da educação, justiça, entre outras.

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Vários meios de comunicação poloneses, incluindo canais de televisão comerciais, jornais como Gazeta Wyborcza e Rzeczpospolita e duas grandes rádios privadas, haviam decidido não cobrir a sessão parlamentar, na qual também seria votado o orçamento de 2017.

A nova regulamentação, que deve entrar em vigor em 1 de janeiro, autoriza o acesso de apenas dois jornalistas credenciados permanentes à tribuna de imprensa do Parlamento. E proíbe fotos ou vídeos.

Os críticos afirmam que esta é uma maneira de impedir que os deputados sejam flagrados em atitudes contrárias ao código de ética da Câmara, como, por exemplo, votar por um colega ausente. A partir do próximo ano, apenas imagens oficiais serão divulgadas.

Com as novas normas, os jornalistas terão que trabalhar em um centro de imprensa localizado em outro edifício, não mais no mesmo prédio do Parlamento, onde os repórteres podem interpelar facilmente os congressistas.

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O PiS alega que as medidas foram adotadas para facilitar o trabalho de deputados e jornalistas, mas a imprensa critica as mudanças e pede a retirada do projeto.

* AFP