Manifestantes e policiais entraram em confronto no primeiro dos quatro protestos previstos para esta quinta-feira, em São Paulo. A confusão começou próximo à estação Carrão do metrô e já se espalhou por diversas ruas da cidade. Muitas pessoas ficaram feridas no ato, que tem como objetivo chegar o mais próximo possível Arena Corinthians – onde ocorre o primeiro jogo do Mundial, às 17h, entre Brasil e Croácia. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

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De acordo com a Polícia Militar, o grupo se dispersou e às 11h20min não havia mais focos de confronto nas imediações do metrô. Os manifestantes se espalharam pela cidade conforme os confrontos se agravavam – a tropa de choque atua com cordões de isolamento.

– O objetivo é colocar fim à Copa do Mundo. Percebemos que não conseguiremos isso, mas acreditamos que os brasileiros devem participar de uma revolta – disse o estudante Gregory Leão, 27 anos, no protesto a caminho do estádio – os brasileiros amam o futebol, mas não precisam disso agora – completou.

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Em nota a respeito aos protestos que terminaram em confronto, a Polícia Militar informa que “agiu para impedir que baderneiros fechassem a Radial Leste, o que afetaria o direito de ir e vir de milhares de pessoas, inclusive aquelas que vão assistir à Copa do Mundo”.

Em ruas vizinhas à estação, protestantes arrancam placas de trânsito e colocam fogo em lixo espalhado no chão. Garrafas de cerveja e pedras foram atiradas contra a polícia – que respondeu com bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral.

Um homem foi detido ainda no início do ato. Segundo a Defensoria Pública, ele foi atingido por duas balas de borracha. Rafael Lusvarghi disse que achou a ação da polícia truculenta e abusiva, mas não vai prestar queixa.

Segundo o Hospital Municipal do Tatuapé, dois feridos leves no confronto com a Tropa de Choque da Polícia Militar, na Rua Apucarana, foram atendidos. Um rapaz de aproximadamente 26 anos, que recebeu dois tiros de borracha na perna, já foi liberado e outro jovem de 24 anos, atingido por estilhaço de bala de borracha na perna, está fazendo exames.

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Por volta das 10h, manifestantes, que estavam concentrados na Rua Apucarana, na Zona Leste da capital paulista, se dirigiam à Radial Leste, trecho que dá acesso ao estádio do Itaquerão. O trânsito no entorno do estádio já está complicado, e o congestionamento na região já soma mais de quatro quilômetros.

Diversos confrontos aconteceram no ato, que tem como objetivo trancar a avenida de aceso ao estádio. O capitão Storai da PM de São Paulo, afirmou que o grupo não vai ocupar a avenida.

No ato anti-Copa, que concentra cerca de 200 pessoas, a Polícia Militar utilizou bombas de gás lacrimogêneo, de efeito moral e balas de borracha. Não há feridos no protesto.

Segundo a revista Veja, diversos manifestantes, incluindo os black-blocs, se dispersaram pelas ruas durante a confusão. Parte deles se junto aos metroviários, na manifestação que acontece na sede do sindicato da categoria. A PM disse ao grupo que a ocupação da Radial Leste não será permitida.

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Jornalistas passaram mal durante o ato devido às bombas. A imprensa internacional também acompanha a manifestação.

Duas jornalistas da CNN ficaram feridas devido a estilhaços de bomba. Segundo a AFP, Uma delas postou em sua conta no Twitter agradecimentos aos colegas da imprensa e aos manifestantes pela ajuda à produtora americana que havia se ferido.

A repórter Shasta Darlington sofreu um corte no braço e a produtora Barbara Arvanitidis foi atingida no pulso. Ela recebeu atendimento dos socorristas – estava com o braço enfaixado e sangue na roupa.

CNN dá destaque aos jornalistas feridos durante confronto em protesto anti-Copa, em São Paulo

Foto: Reprodução/CNN

Jornalista americana da CNN se feriu durante confronto

Foto: RPCI/Folhapress

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Manifestações pelo país

Os protestos contra a Copa também estão marcados em outras cidades do país. Em Porto Alegre, o ato está marcado para meio-dia a concentração, em frente à prefeitura, no Centro.

Acompanhe AO VIVO a cobertura das manifestações em Porto Alegre

Outras manifestações estão marcadas em Recife, Fortaleza, Brasília, Belo Horizonte, Salvador e Rio de Janeiro.

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Rio de Janeiro

Um grupo de cerca de 400 pessoas segue em passeata pela Avenida Rio Branco, no centro da capital carioca, bloqueando o trânsito no sentido Candelária/Cinelândia. No sentido contrário, ônibus e táxis – que são os únicos veículos permitidos na avenida neste horário – enfrentam congestionamento.

O protesto começou animado, com manifestantes vestindo roupas de carnaval. “Mais purpurina, menos violência”, diziam os manifestantes. Um dos integrantes do grupo atiravam purpurina com uma metralhadora de brinquedo.

Há também manifestantes de preto, mascarados e um grupo com tambores e instrumentos de sopro, tocando músicas antigas.

Belo Horizonte

O ato “Nâo vai ter Copa BH”, marcado para esta manhã na capital mineira reuniu cerca de 350 manifestantes do “Movimento Luta Popular”. A Praça Sete, no Centro, também contava com um forte esquema policial.

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Pelas redes sociais, mais de 4,5 mil pessoas confirmaram estar presentes no protesto, que convidava os “sair de seu conforto” e “sacrificar o seu presente em troca do futuro”. Segundo os organizadores, com os protestos na rua, “todos sairão vitoriosos nessa luta que um dia terá fim”.

Segundo uma das líderes do movimento, Roberta Verônica, os manifestantes exigem moradia, saúde e obras de saneamento. Eles fazem parte de uma ocupação, localizada em um terreno em Contagem, na Grande Belo Horizonte.

– Queremos um posicionamento da prefeitura de Contagem. A presidente Dilma Rousseff nos prometeu a construção de casas para as 1,2 mil famílias da ocupação – disse, confirmando que assistirá à abertura da Copa, entre Brasil e Croácia.

Fora o grupo reunido na Praça Sete, as ruas de Belo Horizonte estavam tranquilas, com pouco trânsito e muita gente vestida de verde e amarelo. As principais ruas da cidade, como Antônio Carlos e Catalão, estavam em clima de Copa.

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Mesmo assim, estabelecimentos temiam que as manifestações se agravassem – concessionárias de veículos, praticamente todas as agências bancárias e vários postos de combustível das vias foram cobertos com contêineres empilhados, folhas metálicas e arame farpado circular. Sobre as proteções, várias faixas de “Estamos funcionando normalmente”.

– A gente tem de se precaver. Nunca se sabe. No ano passado, os prejuízos foram grandes – lembrou o gerente de um posto de combustíveis, que preferiu não ter o nome revelado.

Em muitas estações do recém-inaugurado sistema de BRT (corredores exclusivos de ônibus), o policiamento foi reforçado pela Polícia Militar e Guarda Municipal. Dezenas de viaturas da PM Rural também circulam pela cidade, com um adesivo de “Batalhão Copa”. A polícia montada reforçou o patrulhamento no Centro da cidade, em especial na Praça Sete.

Veja as fotos dos protestos pelo país:

*Zero Hora, com agências