O processo de tombamento ganhou forças no ano do centenário, mas o Moinho teve sua preservação assegurada desde que o município criou uma lista de Unidades de Interesse de Preservação (UIP), na década de 1980. Nela constam mais de mil imóveis que por algum critério (histórico, cultural, arquitetônico) foram indicados a permanecerem na paisagem da cidade. Não há informações exatas sobre o ano em que o Moinho passou a compor este grupo, mas foi o degrau fundamental para que o setor de patrimônio da Fundação Cultural de Joinville iniciasse o processo de tombamento.

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Embora a lista de UIPs garanta a preservação da construção, esta é definitiva: enquanto o imóvel é considerado uma UIP, o proprietário ainda pode pedir a exclusão do grupo, mas, como patrimônio histórico, é obrigação dele mantê-lo preservado.

Há quatro anos, a Bunge recebeu da Prefeitura a notificação de tombamento. Na época, a multinacional impugnou a decisão.

– Esclarecidos os pontos, as dúvidas da empresa em relação ao tombamento, de que você tem a posse do bem, pode usá-lo e interferir nele, claro que com diferentes critérios. Esse entendimento possibilitou a reabertura do processo – avalia um dos membros da comissão pericial, o historiador Dilney Cunha.

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O relatório foi enviado neste mês para a Bunge Alimentos S.A., já que, mesmo tendo encerrado as atividades no local, a multinacional continua sendo a proprietária do imóvel. O prazo para retorno da avaliação do material e para a resposta favorável ou contrária às argumentações da comissão se encerra no dia 14 de dezembro.

Se não houver retorno, ou se este for positivo, o laudo do Moinho segue para mais uma etapa, essa com a participação da Comissão do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Natural do Município de Joinville (Comphaan), responsável por dar o veredito final. A última reunião da comissão está agendada para 11 de dezembro e, por isso, é possível que a resposta da Bunge seja antecipada.