Segue aberto até o dia 28 de novembro o júri popular do 3º Prêmio RBS de Educação: Para Entender o Mundo. O concurso vai premiar iniciativas de educadores que desenvolvem projetos de mediação de leitura nas categorias Escola Pública, Privada e Jovens Protagonistas.
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Foram 962 trabalhos inscritos em SC e no RS. Ao todo, serão R$ 156 mil distribuídos entre os oito vencedores e as instituições de ensino.
Após apresentar trabalhos finalistas desenvolvidos por professores, o DC traz nesta quarta os dois projetos catarinenses que chegaram à final da categoria Jovens Protagonistas. Conheça:
Vida nova às prateleiras
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Dhavy da Silva Costa
Projeto: “Revitalização da biblioteca da escola”
Escola de Educação Básica Maria José Hulse Peixoto – Criciúma
Cupim nas prateleiras, traças nas páginas, livros não cadastrados no sistema, dificuldade na hora de buscar um título específico. As condições da biblioteca da escola estadual Maria José Hulse Peixoto, em Criciúma, no Sul do Estado, não são as melhores, mas três estudantes tentam mudar essa situação.
O trabalho capitaneado pelo aluno Dhavy Costa, de 16 anos, e desenvolvido com ajuda dos colegas João Vitor Peres e Jônatas Pagnan pretende tornar a biblioteca não apenas um local de leitura, mas também de interação e desenvolvimento de interesses pessoais.
– Hoje é um espaço pouco confortável, que só tem visita quando há alguém da secretaria cuidando. E, mesmo assim, as pessoas vão meio que forçadas. Os livros também estão numa situação muito ruim, expostos ao tempo, e mesmo aqueles que ainda estão bons logo vão acabar mofando – lamenta Dhavy.
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O projeto está sendo dividido em quatro etapas. A primeira é classificar todos os títulos com cores específicas, de acordo com seus temas (os livros de literatura estrangeira, por exemplo, ganharão etiquetas azul; os de literatura brasileira, vermelha; e assim por diante).
Depois, o próximo passo será informatizar o espaço, facilitando a busca por livros específicos e melhorando o controle de saídas e devoluções. Já a terceira etapa consiste em adquirir um carrinho para circular pelos corredores e facilitar o contato dos estudantes com as obras.
– São coisas que deixam o lugar mais fácil de se organizar e, por isso, acabam criando mais interesse das pessoas – acrescenta Dhary.
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A quarta e última etapa do projeto, explica o aluno, não é voltada à manutenção dos livros em si, mas ao conforto dos leitores. Com puffs e tapetes, os três estudantes planejam fazer um cantinho da leitura dentro da biblioteca, onde os alunos poderão se sentar e ler tranquilamente nos horários de folga.
– A gente pensou o espaço para que o pessoal possa ficar ali e discutir o que está lendo, trocar informações a respeito das obras. Isso vai gerando mais interesse e faz a biblioteca deixar de ser um espaço morto, já que hoje ela só serve para emprestar e devolver livros – diz o estudante.
Leitores conectados
Jacqueline Ferraz Alves
Projeto: “Ideias inovadoras – uma rede de leitores”
Escola Municipal de Educação Básica Suzana Albino França – Lages
Hoje, tornou-se mais fácil encontrar alguém com um celular na mão do que com um livro. Cinco meninas de Lages, entretanto, estão certas de que uma coisa não exclui a outra: lideradas pela estudante Jacqueline Alves, de 15 anos, elas estão desenvolvendo o que chamam de rede de leitores: uma série de ações na internet e fora dela voltadas ao incentivo à leitura tanto na Escola Municipal Suzana Albino França quanto na comunidade em geral.
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– Com as novas tecnologias, o livro acaba ficando de lado na maioria dos casos. A ideia do projeto é unir as duas coisas: a tecnologia e a leitura. Até porque, mesmo em tempos de internet, a gente lê o tempo inteiro, nem que seja no Facebook ou no Whatsapp.
Oficialmente, o objetivo principal do projeto é aumentar o número de catarinenses participantes e ganhadores das Olimpíadas da Língua Portuguesa. Para chegar lá, o grupo montou um planejamento bastante diverso.
Entre as atividades previstas estão a colagem de adesivos e panfletos, a realização de um pedágio convidando os motoristas a doarem livros, e a ação “Susana Para e Lê”: durante 15 minutos diários, todos os alunos do colégio interromperão o que estão fazendo para apreciar seus livros favoritos.
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– Separar um horário do dia ajuda a criar o hábito da leitura. Na escola, nosso maior problema é que a biblioteca é muito pequena, então não há um espaço legal para isso. O projeto prevê que a atividade seja feita no pátio, o que acabaria sendo bem mais divertido – comenta Jacqueline.
A rede de leitores diz respeito às iniciativas que as cinco meninas vêm desenvolvendo no mundo online, incluindo páginas nas principais redes sociais e a criação de hashtags, como #SouEmebSusana e #UmaRedeDeLeitores. Os internautas já estão sendo convidados a publicarem fotos com seus livros preferidos, aproximando assim o gosto pela leitura das experiências na internet.
No mundo real, a ideia será complementada pelo grupo de estudos Na Ponta do Lápis, em que os interessados poderão debater o que estão lendo.
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