O racha no Pros em Santa Catarina ficou evidente nesta sexta-feira (8) após a realização de duas convenções que terminaram com resultados diferentes: uma com o lançamento de candidatura própria para o governo do Estado e outra com apoio à reeleição de Carlos Moisés (Republicanos). A definição, no entanto, aguarda por uma nova decisão da Justiça. 

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Os dois grupos são compostos pelo atual presidente do partido, Jeferson Rocha, que defende a candidatura própria ao governo do Estado, e o ex-presidente da sigla de SC, Euclides Pereira Neto, que tenta retomar a presidência da legenda e defende o apoio a Moisés. 

Na terça-feira (2), o grupo de Euclides conseguiu na Justiça uma decisão que impedia a realização da convenção que homologaria a candidatura de Zimmer. O texto previa, inclusive, uma multa de R$ 100 mil caso o evento ocorresse. 

Mesmo com essa decisão, a convenção foi feita na manhã desta sexta-feira no interior de Campos Novos, no Meio-Oeste catarinense. Por meio de aclamação, Ralf Zimmer foi escolhido para ser o candidato do Pros ao governo do Estado, compondo chapa pura com Ana Lúcia Meotti, como vice. 

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Entretanto, durante a tarde, o grupo de Euclides realizou outra convenção em São José, na Grande Florianópolis. Em um primeiro momento, foi colocada como opção, seguindo a orientação da executiva nacional, o apoio ao candidato ao governo do PT, Décio Lima. Porém, ela foi rejeitada pelos membros do partido. 

Em seguida, foi colocada em pauta, então, a opção de apoio a coligação “Santa Catarina em primeiro lugar”, que tem Carlos Moisés como candidato. A sugestão foi aprovada, por aclamação, pelos integrantes do partido. 

Segundo o TRE, ambas as atas foram registradas, o que, segundo o secretário judiciário, Maximiniano Sobral, configura como dissidência partidária – ou seja, uma discordância entre os membros do grupo. Ainda segundo o tribunal, a situação será tratada no curso da análise do processo de requerimento de registro da candidatura. 

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Pros segue com campanha 

Em março deste ano, o diretório do Pros em Santa Catarina, que era presidido por Euclides Pereira Neto, foi destituído pela direção nacional do partido. Como a presidência nacional da sigla havia trocado de mãos naquele mês, o novo comando nacional nomeou Jeferson da Rocha para a condução do partido no Estado. 

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Euclides, então, foi à Justiça para questionar a mudança. Ele obteve uma liminar favorável no dia 21 de julho. A decisão determinou que o Pros nacional desfizesse a troca, retirando Jeferson da presidência e promovendo Euclides de volta ao comando do partido. A decisão também anulou os atos praticados pela comissão provisória desde março. Um dos argumentos era de que uma comissão provisória não poderia se sobrepor a um diretório definitivo, eleito por membros do partido.

Até agora, porém, a decisão não foi cumprida. Por conta disso, a defesa de Euclides questionou novamente a Justiça, informando que o Pros nacional não modificou a estrutura do partido em SC e que o registro do partido no Tribunal Regional Eleitoral de SC (TRE-SC) continuava sob presidência de Jeferson da Rocha.

Na noite de terça-feira (2), o grupo de Euclides conseguiu uma nova decisão judicial favorável, aumentando a multa para o Pros nacional caso não promova o retorno da antiga direção da legenda no Estado. Agora, o valor é de R$ 50 mil por dia de descumprimento.

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Até este sábado (6), porém, não havia novas decisões da Justiça a respeito do imbróglio. Não há prazo de quando o processo será analisado. 

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De acordo com Jeferson da Rocha, a legislação prevê que, havendo disputa, os candidatos que estão sob judice continuem fazendo campanha eleitoral desde que a outra parte não apresente um nome para a disputa do mesmo cargo. Ou seja, como o grupo de Euclides não apresentou um nome para o cargo do governador, até que se tenha uma nova decisão da Justiça, Zimmer poderia continuar com a campanha e até participar de debates. 

Em um vídeo, divulgado neste sábado, o defensor público questiona o apoio de Moisés e fala em “perseguição”. Isto porque ele afirma que a campanha do republicano estaria tentando impedir que ele participe de um debate entre candidatos marcado para este sábado. 

O prazo final para a apresentação de registros de candidatos à Justiça Eleitoral é 15 de agosto.

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