O proprietário das terras ocupadas por integrantes do Movimento Sem Terra (MST) em Água Doce, no Meio-Oeste de Santa Catarina, pediu judicialmente na tarde desta terça-feira reintegração de posse dos 400 hectares invadidos na madrugada de sábado.

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Desde o final de semana, cerca de 200 pessoas estão no local. De acordo com a Polícia Militar, a invasão continua pacífica.

Benjamin Lucian, o dono da fazenda às margens da rodovia estadual Santa Catarina, na localidade de Vista Alegre, informou que o pedido de reintegração de posse foi entregue no Fórum de Água Doce por volta das 16h desta terça-feira.

O advogado dele, Nelson Barbosa, disse que na noite desta terça o processo será distribuído nas varas. Somente nesta quarta-feira será divulgado qual juiz ficará responsável pela ação. A expectativa de Barbosa é que o processo seja despachado no final da tarde de quinta-feira.

Os integrantes do MST alegam que invadiram a propriedade rural porque Lucian havia manifestado interesse de vender a área, que não seria mais produtiva. De acordo com Barbosa, cerca de 100 bovinos são mantidos no local, além de caprinos e suínos. O proprietário retirou metade dos bois da fazenda.

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– A terra não é improdutiva, possui áreas de mata nativa, com divisores de águas e nascente de rios – afirmou o advogado.

A Polícia Militar monitora várias vezes por dia a fazenda, que está ocupada por 60 famílias. Não houve confronto e o clima permanece pacífico.

Caixas de água e mangueiras foram solicitadas pelos integrantes do movimento para auxiliar na higiene e no preparo dos alimentos nas barracas. Cerca de 30 crianças devem ser matriculadas em escolas nos próximos dias.