Nesta sexta-feira, o secretário de Estado da Saúde, João Paulo Kleinübing, expôs detalhes sobre a proposta para a centralização do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em uma mesa de discussão no 61º Encontro do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde, em Laguna. A questão ainda está em fase de discussão e não tem data para votação.
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Com a centralização, além de um corte de custos, previsto em R$ 3 milhões ao ano, uma reorientação de recursos pretende adequar o atendimento ao tamanho da população catarinense e propõe melhoria operacional.
Kleinübing aponta que hoje o serviço tem capacidade e estrutura para atender 10 milhões de habitantes, 40% a mais do que a população de Santa Catarina, com um custo de mais de R$ 9 milhões ao ano. Desde que começou os atendimentos no Estado, em 2005, o funcionamento do Samu praticamente dobrou de custo. Hoje, com 125 ambulâncias e 1070 funcionários, há registro de mais de 300 mil atendimentos anuais.
A proposta sugere que as oito centrais macrorregionais que operam hoje em SC sejam substituídas por apenas uma sede, que será em Florianópolis e passará por uma requalificação para o atendimento de todas as regiões. A ideia é que a gestão das unidades também passe gradativamente ao Estado.
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– Não estamos reduzindo o orçamento, queremos reorientá-lo e provocar uma reflexão do que se pretende fazer no futuro. Toda mudança gera apreensão e o que a gente não pode ter é medo da discussão – argumentou Kleinübing.
Entre os secretários municipais, a maior preocupação apontada é em relação ao tempo de resposta das unidades no atendimento à população, ou seja, o tempo que uma pessoa leva para ser atendida a partir do momento em que faz a ligação para chamar o Samu. A secretária de saúde de Tubarão e diretora do Colegiado de Saúde da Região da Amurel (Associação de Municípios da Região de Laguna), Tanara Cidade de Souza, teme que a mudança signifique retrocesso.
-Todas as outras questões vão implicar no tempo resposta. Nós temos hoje oito centrais que vão se transformar em uma. Todos os profissionais serão absorvidos? Manteremos o mesmo número de pessoas atendendo todas as ligações? O que será feito com o recurso economizado? Ele será revertido em favor dos municípios para aplicação no Samu? A gente tem essa preocupação porque 10 minutos pode representar a perda de uma vida – questionou.
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Em resposta, o coordenador estadual do Samu de Santa Catarina, César Nitschke, apontou que a intenção é diminuir o tempo resposta cada vez mais. Ele acredita que o número proposto, de 11 médicos para atender cerca de 840 ligações diárias, seja suficiente. Kleinübing pontua que é importante discutir o assunto da rapidez nos atendimentos para garantir a qualidade oferecida à população.
– Considero válida a questão do tempo resposta. Acho que a gente precisa aprimorar essa questão e dar, através das informações e da experiência que a secretaria tem, de que não vai haver um prejuízo com relação a isso – apontou.
Outras questões mencionadas pelo secretário foram o projeto de fazer uma integração para atendimento do Samu em parceria com o Corpo de Bombeiros, ideia que já foi conversada em algumas reuniões, e a ampliação do serviço de atendimento aéreo.
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