A novela envolvendo a falência da Sulfabril terá mais um importante – e que pode ser decisivo – capítulo nesta terça-feira. O salão do júri do Fórum de Blumenau será palco, a partir das 14h, de um novo leilão de bens da massa falida. Mas a situação, agora, é um pouco diferente das tentativas anteriores de venda de parte do patrimônio de um dos ícones da história da indústria têxtil blumenauense.

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::: Leilão de bens da Sulfabril termina com um dos 27 lotes arrematados

É grande a expectativa para que a maior parte dos bens, que estão divididos em lotes, seja arrematada. Um desses lotes, o de número três, que inclui uma série de imóveis – entre eles a antiga fábrica, máquinas, equipamentos, móveis, veículos, softwares e aparelhos de informática, já recebeu um lance online de R$ 30 milhões. Como a oferta é irreversível, de acordo com as regras do edital do leilão, é esse valor que será usado como base para os lances na sessão de hoje.

Um grupo de investidores de Blumenau e São Paulo, responsável pelo lance de R$ 30 milhões, avalia a possibilidade de restaurar a fábrica para operação no segmento têxtil. Estes mesmos empresários também fizeram uma proposta de compra da marca Sulfabril, que está incluída em um lote separado dos imóveis e equipamentos. De acordo com o leiloeiro Daniel Elias Garcia, potenciais compradores visitaram as instalações de alguns imóveis nos últimos dias.

O leilão de hoje dá sequência ao realizado no dia 14 de agosto, quando apenas um dos 27 lotes – composto por um conjunto de empilhadeiras – foi arrematado. O resultado foi considerado natural por Garcia, já que, naquela oportunidade, a venda de qualquer bem só seria concretizada caso os lances atingissem no mínimo o valor avaliado de mercado. Como essa regra cai nesta segunda chamada, a expectativa é de que surjam mais interessados.

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A venda dos bens precisa ser autorizada pela juíza Quitéria Tamanini Vieira Peres, responsável pelo caso. A Sulfabril teve a falência decretada em 1999, com dívidas que somavam, na época, R$ 119 milhões. Os valores arrecadados no leilão devem ser utilizados prioritariamente para pagar dívidas trabalhistas, avaliadas em cerca de R$ 50 milhões.