Um homem de 74 anos morreu após ser picado por um carrapato e adquirir a febre hemorrágica da Crimeia-Congo (CCHF), que é semelhante ao Ebola. O caso aconteceu no último sábado (27) na cidade espanhola de Toledo, segundo informações do Metrópoles.

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Foi no dia 19 de julho que o idoso foi levado “às pressas” ao Hospital Universitário Rey Juan Carlos, quando foi picado próximo à casa onde morava, em Buenasbodas. O local fica a cerca de 160 quilômetros a sudoeste da capital espanhola.

Primeiras mortes por Febre Oropouche no Brasil são confirmadas pelo Ministério da Saúde

A febre é uma zoonose causada por um vírus do gênero Nairovirus, que pode ser transmitida por carrapatos ixodídeos e argasídeos.

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A infecção, que tem uma taxa de letalidade de 40%, foi confirmada no paciente e ele foi imediatamente transferido para uma unidade de isolamento no Hospital Universitário La Paz, em Madri, para que outras pessoas não fossem contaminadas.

Inicialmente, o quadro dele era estável. A condição piorou após ele desenvolver todos os sintomas da doença, que o levaram a óbito.

O paciente, que ainda não foi identificado, foi a segunda pessoa a contrair o vírus este ano no país, mas é a primeira a morrer da infecção desde maio de 2020. Na época, um homem de 69 anos morreu pela mesma doença.

Febre hemorrágica da Crimeia-Congo

A CCHF é uma doença irradiada por carrapatos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ela é um dos nove patógenos considerados mais propensos a desencadear uma pandemia.

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Os sintomas podem incluir dor de cabeça, dor de garganta, febre, dor nas costas, dor nas articulações, dor abdominal e vômitos. Os sangramentos nos olhos e na pele também são comuns.

Alterações no humor, confusão e sonolência também são alguns dos sintomas que a doença pode provocar. O maior grupo de risco são os fazendeiros e trabalhadores de matadouros.

A maior forma de transmissão são os carrapatos, mas a doença também pode se proliferar pelos fluidos corporais, como o sangue. Os ambientes hospitalares também representam um risco, caso o equipamento médico não seja bem esterilizado.

O vírus é restrito a regiões mais quentes, como África, Bálcãs, Oriente Médio e Ásia. No entanto, devido ao aquecimento global, alguns cientistas temem que ele esteja se espalhando para além dos territórios habituais, indo em direção à Grã-Bretanha e à França.

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Desde que a doença foi detectada em território europeu pela primeira vez em 2016, 15 casos de infecção por febre hemorrágica da Crimeia-Congo foram registrados na Espanha.

Quanto ao Reino Unido, especialistas já alertaram que é “altamente provável” que a doença chegue ao país. A constatação foi feita durante uma reunião do Comitê de Ciência, Inovação e Tecnologia do parlamento britânico. A previsão é de que isso aconteça logo.

— Sempre há a possibilidade de carrapatos infectados por vírus entrarem no país, seja por animais ou pessoas, permitindo que o CCHF entre no Reino Unido — disse o professor de Infecção e Imunidade Aviária da Universidade de Liverpool, Paul Wigley, em entrevista ao The Sun.

O especialista também alerta que a infecção é muito séria.

— A dependência de carrapatos como vetores para transmissão reduz a probabilidade de infecção generalizada, mas essa é uma infecção extremamente séria se adquirida — afirma.

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Mosquitos portadores de diversas doenças — febre do Vale do Rift, dengue, chikungunya, a doença do Nilo Ocidental, febre amarela e zika — já foram encontrados em 26 países europeus, apontou um relatório no ano passado.

*Sob supervisão de Andréa da Luz

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