Um serviço imprescindível para salvar a vida de muita gente e que já era para estar disponível há quase dois anos ainda deve demorar mais alguns meses para entrar em funcionamento.

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A radioterapia do Hospital Tereza Ramos (HTR), uma das maiores instituições públicas de saúde de Santa Catarina e localizada em Lages, na Serra, depende apenas de uma licitação para finalmente ficar à disposição da comunidade. Uma data não é prevista, mas é certo que não será neste ano.

Prestes a completar 69 anos de existência, o HTR já oferece o tratamento de quimioterapia para os pacientes de oncologia, mas a radioterapia sempre foi uma necessidade. Todo mês, cerca de 80 pacientes da Serra, Meio-Oeste, Alto e Médio Vale do Itajaí, que poderiam ser atendidos em Lages, precisam ser encaminhados ao Hospital Celso Ramos, em Florianópolis, para fazer o tratamento.

Em dezembro de 2010, o então governador Leonel Pavan inaugurou a estrutura física da unidade de radioterapia em Lages, num investimento de R$ 4,6 milhões. Na ocasião, o secretário estadual da Saúde, Roberto Hess de Souza, afirmou que faltava apenas a entrega de um equipamento acelerador linear pela empresa vencedora da licitação para que o tratamento fosse disponibilizado.

Em fevereiro deste ano, o Diário Catarinense publicou uma reportagem em que a gerente regional de saúde, Beatriz Montemezzo, dizia que o acelerador linear já havia chego e que, naquela ocasião, faltava apenas o tomógrafo. Importado da Alemanha, o equipamento é o mais moderno do mundo, custou R$ 1,5 milhão e estava em um navio a caminho do Brasil.

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Segundo Beatriz, o próprio governador Raimundo Colombo estava pessoalmente empenhado em resolver as questões burocráticas para agilizar a liberação do tomógrafo tão logo chegasse ao país. Assim, a previsão era de que a radioterapia começasse a funcionar ainda no primeiro semestre de 2012.

Acontece que o ano está no fim e até agora o serviço não funcionou. Os entraves alfandegários foram resolvidos e o tomógrafo alemão chegou há cerca de um mês. Outro equipamento foi doado pela Receita Federal. E com tudo pronto, o que falta agora é gente para operar as máquinas.

Sem especialistas, Estado vai contratar empresa para realizar o serviço

A Secretaria de Estado da Saúde alega que realizou neste ano um concurso público em busca de um médico especializado em medicina nuclear e um físico nuclear para trabalhar no HTR, mas não houve interessados. Assim, um edital de licitação está sendo feito para contratar uma empresa que realize os serviços.

A publicação do edital já foi autorizada pelo governador e deve ser feita ainda este mês, com possibilidade de abertura da licitação já em dezembro. Este tipo de procedimento demora, geralmente, cerca de dois meses, mas a secretaria prefere não prever um novo prazo para o início da radioterapia. Paralelamente à licitação, um novo concurso público está sendo preparado.

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Por fim, antes de funcionar, a estrutura física, os equipamentos e profissionais da unidade precisam ser aprovados pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia e que observa as regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).