Era madrugada de domingo. Após uma balada em São José, Dudu, na época atacante do Figueirense, tinha levado uma amiga para o Sul da Ilha e retornava pela Via Expressa Sul. Às 3h30min, perdeu o controle da Caminhonete Vera Cruz e bateu em um poste de sinalização.

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O carro explodiu, dois amigos do jogador que estavam no veículo morreram no local e um terceiro no hospital.

Após cinco anos do trágico acidente em Florianópolis, no dia 19 de junho de 2011, o motorista e jogador de futebol Eduardo Francisco da Silva Neto, o Dudu, 36 anos, enfrentará o Tribunal do Júri pelas três mortes das quais é acusado.?

O julgamento será na quarta-feira (17), a partir das 9h no Fórum do Centro. Dudu, que mora no Rio de Janeiro e está desempregado, estará presente.

A promotoria deve pedir a condenação por homicídio com dolo eventual, ou seja, entende que ele assumiu o risco de provocar as mortes e vai em busca da pena maior. Já a defesa, sustentará que não houve a intenção de matar e que no máximo cabe condenação por homicídio culposo.

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Dudu não fez o teste de bafômetro, admitiu que havia bebido cerveja e negou embriaguez. O laudo registrou hálito alcoólico. O atleta assumiu que não tinha carteira de habilitação e o excesso de velocidade. Na delegacia, autuado por homicídio culposo (sem intenção de matar), pagou fiança e foi liberado.

Morreram os amigos de infância dele, Emerson de Avelar Neves, Rosemberg Martins do Espírito Santo e Edemilson Félix Moreira. Os três eram do Rio de Janeiro e o visitavam em Florianópolis naquele fim de semana.

?- Tenho certeza que estão olhando por mim. Foi fatalidade. O que eu lembro é que o carro passou numa rampa (desnível do asfalto) e depois eu perdi o controle. Depois daquele momento, eu não lembro mais nada, só do meu primo (Leonardo) me puxando do carro, me retirando ?- afirmou Dudu ao DC dois dias após o acidente.

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“Sem carteira e suspeita de embriaguez”

Para o promotor Andrey Cunha Amorim, o jogador estava em alta velocidade, não tinha habilitação e dirigia embriagado, portanto, assumiu o risco de matar. Andrey pedirá a condenação do réu.

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O advogado Saulo de Lima, um dos que estarão na defesa, garante que há duas testemunhas que não conheciam Dudu e apontam que ele não estava embriagado.

? Não está anotado no laudo que ele estava embriagado, o que é um ponto importante. Vale ressaltar que o carro desgovernou por causa de uma depressão na pista e a imperícia dele ? acrescentou o advogado, comentando que depois do acidente a carreira de Dudu desandou e ele praticamente parou de jogar.