A existência de telefones celulares nos presídios de Santa Catarina não é um problema apenas de segurança pública, mas também moral. Essa é a opinião do promotor de Justiça Affonso Ghizzo Neto, titular da 13ª Promotoria de Justiça de Joinville e coordenador estadual da campanha “O que você tem a ver com a corrupção?”

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VÍDEO: Escute as conversas gravadas pelo A Notícia

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A denúncia de “A Notícia – que revelou, no domingo, a facilidade com que detentos do Estado se comunicam com pessoas do lado de fora das prisões por meio de um serviço de bate-papo telefônico – ganhou a atenção do promotor, que destaca a importância de um debate envolvendo os diversos setores da sociedade em busca de uma solução para a situação.

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MURAL: O que você acha da postura que o Estado adotou até agora sobre o uso de celulares dentro dos presídios?

– É um problema que demanda discussão. Só veremos uma luz no fim do túnel a partir da mobilização social. É preciso cobrar do poder instituído, mas também promover debates -, defende.

– O problema não é somente do Estado. É do governo e também da sociedade -, conclui.

O promotor pretende elevar o debate a outro nível e promover a discussão do assunto no Fórum Permanente de Combate à Corrupção. Sua vontade é de também incluir a proposta como uma das bandeiras da Marcha Contra a Corrupção.

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Consciente da gravidade do problema, Ghizzo Neto alerta que, no caso da presença de telefones nas cadeias, a corrupção se apresenta em vários níveis. Coincidentemente, ele foi o promotor em um caso recente no qual uma agente carcerária foi presa porque estaria repassando aparelhos celulares a detentos em Joinville.

As investigações começaram ainda em 2011. Segundo a denúncia do MP, a mulher informava aos presos quais seriam os dias e os horários das operações pente-fino previstas para a unidade. A agente também teria chegado a inserir créditos para o plano pré-pago dos telefones dos detentos.

– É um caso pontual, mas que ilustra esta situação -, acredita o promotor.

A postura do juiz João Marcos Buch (da 3ª Vara Criminal de Joinville) ao cobrar o Estado, na semana passada, por soluções é elogiada por Ghizzo Neto. Ele repete as palavras do magistrado e ressalta que “a segurança da população não tem preço.”

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