O titular da 3ª Promotoria de Justiça de Brusque, Daniel Westphal Taylor, responsável pela área de Defesa da Moralidade Administrativa e que comandou o cumprimento do mandado de busca e apreensão da Operação Revisão Total na manhã desta terça-feira, em Brusque, revelou que, além de duas empresas de mecânica automotiva, há também o envolvimento de um servidor comissionado nas fraudes. O investigado, porém, teria se desligado da prefeitura durante o andamento das investigações. O promotor explica que os nomes dos envolvidos não podem ser divulgados porque parte da investigação ocorre sob sigilo.

Continua depois da publicidade

Entenda o caso

>>> Gaeco cumpre mandado em empresa mecânica em Brusque

Westphal ressaltou que as investigações tiveram início no final de 2013, quando o Ministério Público tomou conhecimento do caso através de denúncia, mas há indícios de que as irregularidades ocorressem desde 2010. As investigações foram focadas na análise de documentos, depoimentos de investigados e testemunhas e em interceptações telefônicas, onde a participação do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) teve participação fundamental, segundo o promotor, tanto na captação quanto na análise do material.

O grupo também atuou na busca e apreensão ocorrida em Brusque. Segundo Westphal, este foi um momento final da investigação, “para ‘fechar’ a apuração”. Ele explica ainda que o prejuízo total aos cofres públicos ainda não foi apurado e informa que a prefeitura de Brusque está a par do caso, já que o procurador do município, Elton Riffel, recebeu na manhã desta terça-feira uma cópia das investigações, “justamente para que o Município, o maior interessado na reparação do dano, tome providências no sentido de apurar o dano”.

Continua depois da publicidade

Suspensão dos contratos

O promotor Daniel Taylor ressalta que a paralisação dos contratos é o ato mais emergencial, por isso foi ajuizada uma ação civil pública que, entre outros objetivos, pede que os contratos com as duas empresas sejam suspensos de forma liminar, “pois visa paralisar a sangria dos cofres públicos”. Além do pedido liminar, a ação, proposta na Vara da Fazenda de Brusque, pretende aplicar as sanções da Lei Anticorrupção para empresas envolvidas em fraudes. A previsão é de que a liminar seja apreciada até esta quarta-feira.